terça-feira, 4 de outubro de 2011

Apóstolo... Qual é o Problema?

    Como é de conhecimento de muitos, nos últimos tempos apareceram algumas pessoas trazendo sobre si o título de Apóstolo. Até então, o comum nas igrejas protestantes eram: Bispos, missionários, pastores, presbíteros, diáconos e evangelistas. Algumas já usam profetas e outras obreiros. Mas apóstolo é recente. Tenho visto muitas tentativas de criticar as pessoas que trouxeram de volta de "título" e resolvi pensar um pouco também.
    Sendo assim comecei a fazer uma investigação raza na história. Fui procurar se o termo apóstolo ainda era usado pelos pais da igreja que se seguiram após os 12 apóstolos. Passando pelos apologistas do primeiro século: Aristides de Atenas, Justino e Atenágoras não vi nenhuma referência a apóstolos, se não identificando-os somente com os que estiveram com Jesus e Paulo, o apóstolo fora de tempo. Caminhando um pouco mais, agora nos pais da Igreja, pesquisei Policarpo, a quem acredita-se ter estado com João e Ireneu de Lião. Na sua epístola aos filipenses, Policarpo assume-se presbítero. Em outra parte fala dos "ensinos dos apóstolos" reservando a eles esse título. Já Ireneu é mais enfático ao dizer que foram 12 os apóstolos eleitos. Não abrindo mais nenhuma margem para outro apóstolo. Com isso concluo que na história, é evidente a guarda do termo apóstolo aos discípulos que estiveram com Jesus e Paulo como forma de honrá-los.
     Prossegui com a investigação, agora bíblica. Os primeiros chamados de apóstolos são os discípulos de Jesus (cf. Mc 3.14). Durante todos os evangelhos e os escritos de Lucas (Ev. de Lucas e Atos) o termo é normal somente aos discípulos.
     Algumas pessoas acreditam veementemente que o uso do título apóstolo só pode ser direcionado aos discípulos que estiveram com Cristo e a Paulo. Mas quando olhamos a eleição de Matias (At 1.26), percebemos que não havia nenhuma preocupação em reservar a expressão somente aos que foram chamados por Jesus. A própria igreja primitiva não criou problemas, antes nomeou mais um apóstolo contando-o com os onze. 
     Paulo por sua vez, parece que sofreu retaliação por ser chamado apóstolo e viu-se obrigado a falar sobre suas credenciais apostólicas (2Co 12.12). Não queriam reconhecê-lo, mais ele mostra que suas atitudes são de um verdadeiro apóstolo. E mais, o apóstolo Paulo também não reservou este título somente aos que estiveram com Cristo e a ele, antes comissionou outros como apóstolos. Isso mesmo! Outros apóstolos! Enquanto alguns fecham as portas aos apóstolos, Paulo abriu. Em 2 Co 8.23, a palavra traduzida para "embaixadores" na verdade é apostoloi no original, apóstolo. Em Fp 2.25 a palavra "enviado" é apostolon, apóstolo, neste caso o apóstolo é Epafrodito. Em Gl 1.19 e 2.9, Tiago o irmão de Jesus é contado como coluna junto com os apóstolos, mas ele nunca foi apóstolo chamado por Jesus (cf. Jo 7.5 e Mc 3.13-19)! Fugindo à regra, Lucas chama Barnabé de apóstolo (At 14.14). Parece que Andrônico e Júnia também são considerados apóstolos por Paulo (Rm 16.7).
     Concluo tudo isso dizendo que, o problema dos que se dizem hoje apóstolos, é buscar uma posição maior do que pastor, é questão de poder. Quanto ao título, biblicamente não há nenhum problema em ser usado. Em relação a história, parece ter sido uma questão de honra manter como apóstolo somente os chamados por Jesus e Paulo. se existe problema em se usar o título apóstolo, o problema me parece ético e não teológico. Sendo assim, como diz o "poeta": "ado aado cada um no seu quadrado" rsrs. Metodista não tem apóstolo, mas se alguém é chamado de apóstolo, que no mínimo apresente, como Paulo fez, suas credenciais.

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