quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sobre a Obediência Aos Pastores (Sermão 97)


“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros ”. (Hebreus 13.17) De John Wesley em 18/03/1785.

1. Pouquíssimos, não apenas entre os cristãos nominais, mas entre verdadeiros homens religiosos, são aqueles que têm alguma clara concepção desta importante doutrina, que é agora entregue pelo Apóstolo. Muito raramente pensam sobre ela, e dificilmente sabem que existe tal orientação na Bíblia. E a maior parte daqueles que a conhecem, e imaginam que a seguem, não a entendem, mas se inclinam, quer para a direita, quer para a esquerda, de um extremo ao outro. É bem sabido que um grande número de católicos romanos, em geral, apóia esta admoestação. Muitos deles acreditam que uma fé é devida às doutrinas entregues por aqueles que governam sobre eles, e que a obediência inquestionável deve ser prestada a qualquer ordem porventura deles emanadas. E não muito menos têm insistido diversos homens eminentes da Igreja da Inglaterra. Embora seja verdade que a maioria dos protestantes está pronta para cair no extremo oposto, não concedendo nenhuma autoridade aos seus pastores, mas fazendo deles criaturas e servos de suas congregações. E muitos existem em nossa própria Igreja que concordam com eles nisto, supondo que os pastores sejam completamente dependentes do povo, que em seu julgamento, tem o direito de dirigir, assim como de escolher seus ministros.
2. Mas não é possível encontrar um meio termo entre esses dois extremos? Existe alguma necessidade de cairmos em um desses extremos? Se deixarmos as leis humanas de lado, fora da discussão, e simplesmente atentarmos para os oráculos de Deus, poderemos certamente descobrir um meio caminho nesta importante questão. Com este objetivo, vamos cuidadosamente examinar as palavras do Apóstolo acima citadas. Consideraremos:
I. Quem são as pessoas mencionadas no texto como aqueles que “governam sobre” nós?
II. Quem são aqueles a quem o Apóstolo dirige a admoestação de “obedecerem e submeterem-se” aos que “governam sobre” eles?
III. Qual é o significado desta advertência? Em que sentido devem “obedecer e submeter-se”. Então, me esforçarei para fazer uma aplicação adequada do todo.
I
1. Em primeiro lugar, vamos considerar quem são as pessoas mencionadas no texto: “Aqueles que governam sobre vós?” Eu não imagino que as palavras do Apóstolo estejam traduzidas de maneira apropriada, porque esta tradução torna a sentença pouco melhor do que uma tautologia. Se eles “governam sobre vós”, vós sois certamente governados por eles; de modo que de acordo com esta tradução, vós sois apenas ordenados a fazerem o que já estais fazendo, a obedecerdes aqueles aos quais já obedeceis. Mas existe um outro significado da palavra grega que parece muito mais adequado ao contexto da passagem, no sentido de guiar, assim como governar. E, assim, parece que deve ser traduzida desta forma. A admoestação, então, quando aplicada a nossos guias espirituais, é clara e pertinente.
2. Esta interpretação parece ser confirmada pelo verso sétimo, que deixa claro este significado, ao afirmar, “Lembrem-se daqueles governam sobre vós, que vos pregaram a Palavra de Deus”. O Apóstolo aqui mostra, através da última cláusula da sentença, a quem ele se refere na primeira. Aqueles que estavam “sobre eles” eram as mesmas pessoas “que vos pregaram a Palavra de Deus”, ou seja, os seus pastores, aqueles que guiaram e alimentaram esta parte do rebanho de Cristo.
3. Mas, quem deve designar tais guias? E o que supostamente devem fazer, com o objetivo de terem o direito à obediência que aqui está prescrita?
Volumes e mais volumes têm sido escritos sobre esta questão complicada: Por quem esses guias de almas devem ser designados? Eu não pretendo aqui entrar, de forma alguma, na discussão sobre o governo da igreja, nem discutir se é vantajoso ou prejudicial ao interesse da religião verdadeira que a igreja e o estado possam se misturar, como tem sido, desde o tempo de Constantino, em todas as partes do Império Romano, onde o Cristianismo tem sido recebido. Deixando de lado todos esses pontos (que podem ocupar suficientemente o tempo dos homens que não têm o que fazer), pela expressão “daqueles que vos guiam”, quero dizer aqueles que o fazem, se não, mediante vossa escolha, pelo menos, com vosso consentimento, aqueles que prontamente aceitais como vossos guias no caminho para o céu.
4. Mas o que devem eles supostamente fazer, com o objetivo de induzir-vos à obediência aqui prescrita?
Eles devem seguir à frente do rebanho (como é a maneira dos pastores orientais até os dias de hoje), e guiá-los em todos os caminhos da verdade e santidade; devem “nutri-los com as palavras da vida eterna”; alimentá-los com “o puro leite da palavra”, aplicando-a continuamente, “para doutrinar”, ensinando todas as doutrinas essenciais nela contidas; “para reprovar”, advertindo-os, se eles abandonam o caminho, se para a direita ou para a esquerda; “para corrigir”, mostrando-lhes como emendarem o que está errado, e os guiando de volta ao caminho da paz. Para “instruí-los na justiça”, ensinando-os na santidade interior e exterior, “até que todos cheguemos à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.    
5. Eles supostamente devem “velar por vossas almas, como quem deve prestar contas”. “Como quem deve prestar contas!”. Quão inexprimivelmente solenes e terríveis são estas palavras! Possa Deus escrevê-las no coração de cada um desses guias de almas!
“Eles velam” pelo rebanho de Cristo, acordados, enquanto outros dormem; as almas daqueles que Ele comprou com um preço, adquiridas com seu próprio sangue. Eles as têm, em seu coração, dia e noite, sem qualquer consideração por seu próprio sono ou alimento, antes dando preferência ao descanso e alimentação do rebanho. Mesmo enquanto dormem, seus corações estão acordados, cheios de preocupação por seus amados filhos. “Eles vigiam”, com profundo determinação, com seriedade ininterrupta, com incansável cuidado, paciência e diligência, como se estivessem prontos a prestar contas de cada alma em particular a Ele que está à porta – ao Juiz de vivos e mortos.
II
1. Em segundo lugar, vamos considerar quem são aqueles aos quais o Apóstolo adverte que devem obedecer àqueles que os governam. E, com o objetivo de determinar isto com certeza e clareza, nós não deveremos apelar para instituições humanas, mas, simplesmente (como ao responder a questão precedente), apelar para aquela decisão que encontramos nos oráculos de Deus. Na verdade, nós dificilmente temos oportunidade de seguir um passo além do próprio texto. Apenas pode ser apropriado, primeiro, remover do caminho algumas opiniões populares que têm sido tomadas por certas em quase todos os lugares, mas que não podem, de modo algum, serem provadas.
2. Usualmente se supõe, primeiro, que o Apóstolo está aqui admoestando os paroquianos a obedecerem e se submeterem ao ministro de sua paróquia. Mas pode alguém encontrar a menor sombra de prova disto na Escritura Sagrada? Onde está escrito que nós temos o dever sagrado de obedecer a algum ministro, porque nós vivemos naquela área que é considerada como sua paróquia. “Sim”, vós dizeis, “nós temos o dever sagrado de obedecer a todas as ordenanças do homem, por causa do Senhor”. Verdade, em todas as coisas indiferente; mas isto não é assim; está muito longe disto. Está longe de ser uma coisa indiferente para mim, que sou o guia de minha alma. Eu não me atrevo a tomar um lobo por meu pastor; alguém que não tem mais do que as vestes de uma ovelha; que é um praguejador comum, um bêbado declarado, um notório homem que não respeita o dia do Senhor. E tal (quanto maior é a vergonha, maior a pena!) são muitos párocos nos dias de hoje.
3. “Mas não deveis ser membros daquela congregação a qual vossos pais pertenceram?” Eu não entendo que eu seja; eu não conheço Escritura que me obrigue a isto. Eu devo toda a deferência à autoridade de meus pais, e de boa vontade os obedeço em todas as coisas lícitas. Mas não é lícito chamá-los de Rabis, ou seja, acreditar ou obedecer-lhes irrestritamente. Todos devem prestar contas de si mesmo a Deus. Portanto, todo homem deve julgar, por si mesmo, especialmente em um ponto de tão profunda importância como este – a escolha de um guia para sua alma.
4. Mas nós podemos trazer este assunto para um debate resumido, recorrendo às mesmas palavras do texto. Aqueles que têm voluntariamente se ligado a tais pastores, como descritos nessa passagem, que, de fato, “vigiam suas almas, como se delas tivessem que prestar contas”, “nutrindo-os com as palavras da vida eterna”, alimentando-os com “o puro leite da palavra”, e constantemente aplicando-a “para doutrinar, repreender, corrigir, e instruir na justiça”, a todos que encontraram e escolheram tais guias com este caráter, espírito e comportamento, são indubitavelmente admoestados pelo Apóstolo a “obedecerem e submeterem-se” a seus pastores.
III
1. Mas qual é o significado desta orientação? É o que resta a ser considerado. Em que sentido, e com qual amplitude, o Apóstolo os adverte a “obedecerem e se submeterem” aos seus guias espirituais?
Se nós atentarmos para o significado apropriado das duas palavras aqui usadas pelo Apóstolo, nós podemos observar que o primeiro delas peiqesqe, (de peiqw, persuadir) refere-se ao entendimento; a última, upeikete à vontade e ao comportamento exterior. Para começar com o primeiro. Que influência nossos guias espirituais devem ter sobre nosso entendimento! Nós não nos atrevemos a chamar nossos pais espirituais de Rabi, mais do que aos “pais de nossa carne”. Nós não nos atrevemos a conceder inquestionável fidelidade aos primeiros, mais do que aos segundos. Neste sentido, “um só é o nosso Mestre, o que está no céu”. Mas, qualquer que seja a submissão, mesmo de nosso entendimento, em resumo, nós podemos, mais do que isto, nós devemos lhes permitir isto.
2. Para explicar isto um pouco mais, São Tiago usa a palavra que está proximamente associada a estas: “A sabedoria que é do alto é, eupeiqhV, fácil de ser convencida, ou ser persuadida”. Agora, se devemos ter e mostrar esta sabedoria para com todos os homens, nós devemos ter isto, em um maior grau, e demonstrar isto em toda ocasião, para com aqueles que “vigiam nossas almas”. Com respeito a esses, acima de todos os outros homens, nós devemos ser “fáceis de sermos tratados”, facilmente convencidos de alguma verdade, e facilmente persuadidos a alguma coisa que não é pecaminosa.
3. Uma palavra de proximamente a mesma importância que esta, é freqüentemente usada por Paulo, ou seja, epieikhV Em nossa tradução é mais de uma vez vertida como gentileza. Mas, talvez, isto seja mais propriamente traduzida por (se a palavra pode ser permitida), aquiescência, pronto para aquiescer, a desistir de nossa própria vontade, em tudo que não é um ponto de obrigação. Este temperamento afável, todo cristão desfruta, e mostra em seu intercurso com todos os homens. Mas ele mostra isto de uma maneira muito peculiar, em relação àqueles que vigiam suas almas. Os cristãos não estão desejosos apenas de receber alguma instrução deles, de serem convencidos de alguma coisa que não sabia antes, se sujeitar aos seus conselhos, e estando feliz de receberem admoestação, ou reprovação; mas estão prontos a desistirem de sua própria vontade, quando quer que eles possam fazer isto com a consciência limpa. O que quer que eles desejem que façam, o farão, se não for proibido na palavra de Deus. O que quer que eles desejem que eles se refreiem,  assim o farão, se isto não estiver prescrito na palavra de Deus. Isto está inserido naquelas palavras do Apóstolo, “sede submissos para com eles”, sujeitai-vos a eles, desisti de vossa própria vontade. Isto é apropriado, correto, e seu dever sagrado, se eles, de fato, vigiam vossas almas, como se delas tivessem que dar contas. Se assim o fizerdes, “obedecendo e submetendo-vos” a eles, eles darão conta de vós “com alegria, e não com gemidos”, como devem do contrário fazer; porque, embora eles estejam limpos de vosso sangue, ainda assim, “Isto seria sem proveito para vós”; sim, um prelúdio da condenação eterna.
4. Quão aceitável para Deus foi um exemplo de obediência de certa forma similar a este! Tendes um relato amplo e pessoal dele, no capítulo trinta e cinco de Jeremias. “Palavra que do SENHOR veio a Jeremias, nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Vai à casa dos recabitas, fala com eles, leva-os à Casa do SENHOR, a uma das câmaras, e dá-lhes vinho a beber. Então, tomei a Jazanias, filho de Jeremias, filho de Habazinias, aos irmãos, e a todos os filhos dele, e a toda a casa dos recabitas; e os levei à Casa do SENHOR, à câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus, que está junto à câmara dos príncipes e sobre a de Maaséias, filho de Salum, guarda do vestíbulo; e pus diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho e copos e lhes disse: Bebei vinho. Mas eles disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos; não edificareis casa, não fareis sementeiras, não plantareis, nem possuireis vinha alguma; mas habitareis em tendas todos os vossos dias, para que vivais muitos dias sobre a terra em que viveis peregrinando”. Nós não conhecemos qualquer motivo específico que levou Jonadabe prescrever este encargo à sua posteridade. Mas como não era pecaminoso, eles deram este grande exemplo de gratidão ao seu grande benfeitor. E quão prazeroso foi isto ao Pai de seus espíritos nos é exposto nas palavras que se seguem: “À casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus preceitos, e tudo fizestes segundo vos ordenou, por isso, assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe, filho de Recabe, que esteja na minha presença”.
5. Agora é certo que cristãos devem gratidão e obediência tão completa àqueles que vigiam suas almas, quanto a casa dos Recabitas deveu sempre a Jonadabe, o filho de Recabe. E nós não podemos duvidar, que Deus tanto se agrada com nossa obediência a nossos pastores, quanto se agradou com a obediência dos Recabitas a Jonadabe. Se Deus estava, então, tão satisfeito com a gratidão e obediência deste povo a seus benfeitores temporais, nós não temos todas as razões para acreditar que é satisfatório, assim como prazeroso, com a gratidão e obediência dos cristãos àqueles que derivam bênçãos muito maiores para eles do que as que Jonadabe porventura transmitiu à sua posteridade?
6. Pode ser útil novamente considerar em que circunstâncias se dá o dever dos cristãos em obedecer e submeter-se àqueles que vigiam sobre suas almas? Agora as coisas que eles prescrevem devem ser tanto prescritas por Deus, ou proibidas por Deus, ou indiferentes. Nas coisas proibidas por Deus, ousamos a não lhes obedecer porque “importa antes obedecer a Deus do que os homens”. Nas coisas prescritas por Deus, nós não propriamente obedecemos a eles, mas a nosso Pai comum. No entanto, se nós devemos obedecer a eles, afinal, deve ser nas coisas indiferentes. Em resumo, é dever de todo cristão obedecer a seu pastor espiritual, tanto fazendo ou deixando de fazer qualquer coisa de natureza indiferente, alguma coisa que não é de forma alguma determinada pela palavra de Deus.
7. Mas quão pouco isto é entendido no mundo Protestante! Pelo menos, na Inglaterra e Irlanda! Quem há, entre aqueles que supostamente são bons cristãos, que imagine que há tal obrigação como esta? E, ainda assim, não existe um mandamento mais expresso quer no Antigo quer no Novo Testamento. Nenhuma palavra pode ser mais clara e simples; não existe mandamento mais direto e positivo. Portanto, certamente ninguém que recebeu às Escrituras, como a palavra de Deus, pode viver quebrando habitualmente esta advertência e pleitear inocência. Tal instância da obstinada, ou, pelo menos, negligente desobediência, deve afligir o Espírito Santo de Deus. Isto não pode, a não ser impedir a graça de Deus de ter seu efeito completo sobre o coração. Não é improvável que esta mesma desobediência possa ser uma das causas da morte de muitas almas, uma razão delas não receberem aquelas bênçãos que buscam com algum grau de sinceridade.
8. Resta apenas fazer uma breve aplicação ao que tem agora sido entregue.
Vós que ledes esta passagem, vós a aplicais a vós mesmos? Vós examinais-vos, por meio disto? Vós interrompeis vosso próprio crescimento na graça, não tanto pela desobediência obstinada a este comando, mas muito mais por vossa desatenção a ela, não a considerando com a importância que merece. Se for assim, defraudais a vós mesmos nas muitas bênçãos que deveríeis desfrutar. Ou, sois de uma mente melhor ou de um espírito mais excelente? É vossa resolução firme e vosso esforço constante “obedecer àqueles que têm o governo sobre vós no Senhor”, submeter-vos tão alegremente aos vossos pais espirituais, quanto é aos vossos pais naturais? Vós perguntais: “em que eu deveria submeter-me a eles?” A resposta já foi dada: Não nas coisas prescritas por Deus; não nas coisas proibidas por Ele; mas nas coisas indiferentes, em tudo que não está determinado, de uma maneira ou outra, nos oráculos de Deus. É verdade, que isto não pode ser feito, em algumas circunstâncias, sem um considerável grau de abnegação, quando vos aconselham a refrear alguma coisa que é agradável à carne e sangue. E não pode ser obedecido em outras circunstâncias, sem tomar sua cruz, sem sofrer alguma dor ou inconveniências que não é agradável à carne e sangue. Porque aquela declaração solene de nosso Senhor cabe bem aqui, assim como em milhares de outras ocasiões: “A não ser que alguém que quer vir após mim, a si mesmo se negue, e dia a dia tome a sua cruz, não poderá ser meu discípulo”. Mas isto não irá amedrontar-vos, se resolverdes a não ser apenas quase, mas completamente, cristão, se determinardes lutar bom combate da fé, e agarrar-vos à vida eterna.
9. Eu agora me refiro de uma maneira ainda mais particular a vósque desejais que eu vigie sobre vossas almas. Vós desejais, por questão de consciência, obedecer-me, por causa de meu Mestre? Submeter-vos a mim nas coisas indiferentes? Coisas não determinadas na palavra de Deus, em todas as coisas que não estão prescritas, nem ainda proibidas nas Escrituras? Fáceis de serdes convencidos de alguma verdade, mesmo que contrária a vossas concepções anteriores? E fáceis de serdes persuadidos a fazer ou abster-vos de alguma coisa indiferente ao meu desejo? Vós não podeis deixar de ver que tudo isto está claramente contido nas próprias palavras do texto. E vós não podeis deixar de reconhecer que é altamente razoável se emprego todo meu tempo, todo meu corpo, e todas as minhas forças, de corpo e alma, não em buscar minha própria honra, ou prazer; mas em promover vossa atual e eterna salvação; se eu, de fato, “vigio sobre vossas almas como alguém que deve prestar contas delas'.
10. Vós, então, aceitais o meu conselho (eu pergunto na presença de Deus e de todo o mundo) com respeito ao vestuário? Eu divulguei este conselho há mais de trinta anos atrás e o tenho repetido milhares de vezes, desde então. Eu tenho aconselhado ao povo chamado de metodistas para não estar tão em conformidade com o mundo nisto, para colocar de lado todos os ornamentos desnecessários, para evitar todas as despesas inúteis; para apresentar-se como padrão de modéstia a todos que estão em sua volta. Vós acatareis este conselho? Vós todos, homens e mulheres, jovens e idosos, ricos e pobres, colocareis de lado todos os ornamentos desnecessários que eu pessoalmente contesto? Vós sois exemplarmente simples em vossos vestuários e tão simples quanto os Quacres (assim chamados) ou os Morávios? Se não, se estais ainda vos vestindo como a maioria das pessoas de vosso próprio nível e fortuna, declarais, por meio disto, a todo o mundo, que vós não obedecereis àqueles que estão sobre vós no Senhor. Vós declarais, em provocação declarada a Deus e ao homem, que vós não vos submeteis a eles. Muitos de vós carregais vossos pecados sobre vossas testas, abertamente e na face do sol. Vós endureceis vossos corações, contra a instrução, e contra a convicção. Vós endureceis uns aos outros; especialmente aqueles de vós que fostes, uma vez, convencidos, e têm agora reprimido suas convicções. Vós encorajais uns aos outros a fechar vossos ouvidos contra a verdade, e fechar vossos olhos contra a luz, a fim de que, por acaso, não possais perceber que estais lutando contra Deus e contra vossas próprias almas. Se eu fosse agora chamado para dar um relato de vós, seria “com gemidos, e não com alegria”. E é certo que isto não seria “proveitoso a vós”: A perda cairia sobre as vossas próprias cabeças.
11. Eu falo tudo isto na suposição (embora seja uma suposição que não deva ser feita), de que a Bíblia silencia sobre este assunto; de que as Escrituras não dizem coisa alguma, concernente ao vestuário, e deixaram isto à própria descrição de cada um. Mas, se todos os outros textos foram silenciosos, este é suficiente: “Sede submissos àqueles que estão sobre vós no Senhor”. Eu deixo isto à vossas consciências, às vistas de Deus. Fosse isto apenas em obediência a esta admoestação, não poderíeis estar limpos diante de Deus, a menos que colocásseis de lado todos os ornamentos desnecessários, em expressa rebeldia àquela déspota dos insensatos, a moda. A menos que buscásseis apenas adornar-vos com as boas obras, como homens e mulheres professando santidade.
12. Talvez, direis: “Isto é apenas uma pequena coisa: é uma simples ninharia”. Eu respondo: Se for, sois os mais indesculpáveis diante de Deus e homem. O que! Ireis desobedecer a um mandamento claro de Deus, porque é uma simples ninharia? Deus não permita tal coisa! É uma ninharia pecar contra Deus, desprezar sua autoridade? É isto uma pequena coisa? Mais ainda, lembrai-vos de que não pode existir pecado pequeno, até achardes um Deus pequeno! Neste meio tempo, estejais seguro de uma coisa: quanto mais conscientemente obedecerdes a vossos guias espirituais, mais poderosamente Deus aplicará a palavra que eles falam em seu nome em vosso coração! Quanto mais plenamente, Ele regará o que é falado, com o orvalho de suas bênçãos, e quanto mais provas tiverdes, não será apenas eles que falarão, mas o Espírito de vosso Pai que fala por eles. 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Como Lidar Com Pessoas Chatas e Críticas?

1.Quais os tipos de críticos?
Psicóloga: Existem dois tipos de críticos. Aqueles que criticam por criticar e os críticos analíticos. Os primeiros são aqueles "chatos", que sentem certo prazer em fazer o papel do contrário, de ser aversivo. São aqueles que não veem no objeto criticado nenhum aspecto positivo. E existem aqueles que fazem uma análise mais profunda, mais qualitativa do objeto analisado. Sabem apontar tanto os aspectos negativos, quanto os positivos da questão. A boa crítica sempre agrega valor. Ambos trazem no perfil psicológico a busca do perfeccionismo nas condutas, primeiro consigo e depois com o mundo.


2.Porque as pessoas sentem necessidade de criticar os outros? Quem “ataca”, ataca para se defender?
Psicóloga: Existe o ditado que diz que o ataque é a melhor defesa. A crítica pode ser um ataque, quando ela é, na maioria das vezes, depreciativa. A necessidade de criticar os outros sinaliza, na verdade, e no caso acima, uma reação ao conjunto de valores que pode estar em cheque. Por outro lado, nós aprendemos desde cedo o que é “certo” e o que é “errado” e não raramente o usamos como critérios de julgamento, que pode ser expresso através de uma crítica. Por exemplo: Quem fuma está se prejudicando, eu não quero fumar porque fará mal a minha saúde.

3. O que esse comportamento esconde por parte de quem critica? (insegurança, arrogância...)
Psicóloga: Quem critica por criticar, por costume, pode estar escondendo através da arrogância e da prepotência a sua própria insegurança, suas falibilidades. Quando somos mais flexíveis com a imperfeição do outro, automaticamente somos menos críticos, porque temos um olhar mais "ameno" e "sábio", portanto, mais tolerante para o mundo e suas “falhas”.


4.Existe critica construtiva? Existe algum tipo de crítica que possa provocar mudanças no outro?
Psicóloga: Claro que existe. E muitas vezes nós pedimos por isso. Por exemplo, quando você está escrevendo um trabalho científico e está em dúvida quanto ao seu conteúdo, é natural que peça a alguém mais capacitado que leia e lhe faça uma devolutiva. O que é isso senão um pedido voluntário de crítica. Crítica para destruir? Não, crítica para apontar os pontos altos e baixos, no intuito de melhorar seu desempenho. E mais, pelo viés da filosofia analítica a pressuposição do diálogo comtempla, necessariamente, a crítica. É o saber ouvir, para saber falar.

5.O que a critica construtiva esconde, ou seja, qual a intenção de fundo de quem a faz? Porque quem critica quer mudar os outros?
Psicóloga: Se partirmos do pressuposto que nem toda crítica é negativa, com intenção de aniquilamento do objeto, a crítica construtiva é a busca da razão. Lembrando que, muitas vezes essa “razão” pode se traduzir em um ideal a ser perseguido, sempre, porém jamais alcançado.


6.O crítico é um polêmico? Crítica , intolerância e polência estão relacionadas?
Psicóloga: Depende de que espécie de crítico estamos falando. O analítico, como dissemos,está em busca da razão sobre o objeto criticado. Aquele que critica por criticar gosta de apontar somente os erros, a falibilidade alheia, nem sempre usa a razão como instrumento, gerando polêmicas por causa disso. São críticas superficiais, pouco embasadas e cheias de vieses.

7.E na  auto-crítica? O mecanismo é o mesmo?
Psicóloga: Aquele que muito critica é feroz juiz de si mesmo. Porém, se ele é um crítico “rabugento” e intransigente ou um analítico profundo de seus atos, depende da sua personalidade e do seu grau de desenvolvimento pessoal. Sem querer dar nenhum aspecto religioso, mas ser tolerante, saber perdoar e ter um olhar mais “suave” para a vida, denota um maior grau de maturidade e desenvolvimento para quem o possui.

8.Porque geralmente quem recebe a crítica sente-se tão abalado? Tem a ver com auto-estima?
Psicóloga: Sente-se abalado, quando não possui boa auto-estisma. A auto-estima é o juízo que cada pessoa tem do seu próprio valor e mostra o quanto a pessoa sabe valorizar os seus atributos e as suas qualidades. Pessoas com boa auto-estima controlam o seu comportamento, esperam sucesso, têm tolerância a crítica e às frustrações. Reconhecem seus pontos fortes e fracos, adoram aprender coisas novas e têm prazer em viver.


9.Algum conselho para lidar com as críticas? ou Como se defender das críticas (ou como não ser atingido por elas)?
Psicóloga: Se a crítica vier camuflada de ofensas pessoais, identifique o núcleo da questão, do objeto criticado, responda e despreze o resto. Geralmente uma resposta mais agressiva é o que a outra parte espera. Mantenha o diálogo. Uma dica importante para quem recebe uma crítica pessoal: quem o critica, na verdade está evidenciando aquilo que ele quer mais esconder, suas próprias imperfeições. É uma relação projetiva onde o outro faz de você, o próprio espelho. E mais, ninguém consegue controlar a neurose do outro. Identifique-o e o ignore solenemente. Agora, quando as críticas são positivas, digamos assim, só nos resta o agradecimento e o regozijo.


Entrevista cedida à jornalista Angela Tessine - Revista Vida Natural (Fonte: blog.opsicologo.com.br)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Batismo Infantil

A prática de batizar os filhos dos cristãos vem desde os primórdios do cristianismo. Pais da Igreja, como Irineu (século II), se referem ao batismo infantil. Orígines (século IV) foi batizado quando criança. Hoje, milhares de cristãos evangélicos no mundo continuam a prática, embora alguns pais permitam que seus filhos sejam batizados apenas porque faz parte da tradição religiosa na qual nasceram. Para outros, o batismo é um ato pelo qual consagram seus filhos ao Senhor, com votos solenes de educá-los nos caminhos de Deus até, a idade da razão.
Evidentemente nem todos os evangélicos concordam que o batismo infantil seja a única maneira de se fazer isso. Muitos preferem apresentar seus filhos ao Senhor, sem batizá-los, pois acreditam que o batismo é somente para adultos que crêem. Porém, tanto os que batizam seus filhos, quanto os que os apresentam, têm um desejo só, de vê-los crescer nos caminhos do Evangelho, e, quando chegarem à idade própria, publicamente professar sua fé pessoal em Cristo Jesus.
Alguns me perguntam por que apresentei meus quatro filhos para serem batizados, quando cada um ainda não tinha mais que dois meses. Minha resposta é que acredito estar seguindo a tradição bíblica, que remonta ao tempo do Antigo Testamento, e que não foi abolida no Novo, de incluir os filhos dos fiéis na aliança de Deus com o seu povo. Batizei meus filhos crendo que, através desse rito iniciatório, eles passaram a fazer parte da Igreja visível de Cristo aqui na terra. Minha crença sé baseia no fato de que, quando Deus fez um pacto com Abraão, incluiu seus filhos na aliança, e determinou que fossem todos circuncidados (Gn. 17.1-14). A circuncisão, na verdade, era o selo da fé que Abraão tinha (ver Rm 4-3,11 com Gn 15.6), mas, mesmo assim, Deus determinou-lhe que circuncidasse Ismael e, mais tarde, Isaque, antes de completar duas semanas (Gn. 21.4). Abraão creu e o sinal da sua fé foi aplicado à Isaque, mesmo quando este ainda não podia crer como seu pai. Mais tarde, quando Moisés aspergiu com o sangue da aliança as tábuas da Lei dada por Deus, aspergiu também todo o povo presente no monte Sinai, incluindo obviamente as mães e seus filhos de colo (Hb 9.19-20).
Estou persuadido de que a Igreja cristã é a continuação da Igreja do Antigo Testamento. Símbolos e rituais mudaram, mas é a mesma Igreja, o mesmo povo. O Sábado tomou-se em Domingo, a Páscoa, em Ceia, e a circuncisão, em batismo. Os crentes são chamados de "filhos de Abraão" (Gl 3.7,29) e a Igreja de "o Israel de Deus" (Gl 6.16). Não é de se admirar que Paulo chame o batismo de "a circuncisão de Cristo" (Cl 2.11-11).
Foi uma grande alegria ter meus filhos batizados e vê-los, assim, receber o selo da fé que minha esposa e eu temos no Senhor Jesus. Deus sempre tratou com famílias (Dt 29.9-12), embora nunca em detrimento da responsabilidade individual. Assim, Deus mandou que Noé e sua família entrassem na arca (Gn. 7.1), chamou Abraão e sua família (Gn 12.1-3) e castigou Acã, Coré e suas famílias juntamente. Paulo, ao refletir sobre a história de Israel e ao mencionar a passagem dos israelitas pelo Mar Morto, diz que todo o povo foi batizado com Moisés, na nuvem e no mar inclusive as crianças, é claro, pois havia milhares delas (1 Co 10.1-4). Não é de se admirar, portanto, que Pedro, no dia de Pentecostes, ao chamar os ouvintes ao arrependimento, à fé em Cristo e ao batismo, disse-lhes que a promessa do Espírito Santo era para eles e para seus filhos (At 2.38-39). E não é de admirar que os apóstolos batizavam casas inteiras em suas viagens missionárias: Paulo batizou Lídia e toda sua casa (,At. 16.15), o carcereiro e todos os seus (At 16.3233), a casa de Estéfanas (1 Co 1.16). É verdade que não se mencionam crianças nessas passagens, mas o entendimento mais natural de "casa" e "todos os seus" é que se refira à família do que creu e fica difícil imaginar que, se houvesse crianças, elas teriam sido excluídas. Pois, para Paulo, os filhos dos crentes eram "santos" (1 Co 7.14), ao contrário dos filhos dos incrédulos. Talvez ele estivesse seguindo o que o Senhor Jesus havia dito, que não impedissem as crianças de virem a Ele (Mc 10.13-16).
Compreendo a dificuldade que alguns terão quanto ao batismo infantil, pois não há exemplos claros de crianças sendo batizadas no Novo Testamento. É verdade. Mas é igualmente verdade que não há nenhum exemplo de um filho de crente sendo batizado em idade adulta. Neste caso, talvez seja mais seguro ficar com o ensino do Antigo Testamento., Se os judeus que se converteram a Cristo não podiam batizar seus filhos, era de se esperar que houvesse alguma proibição neste sentido por parte dos apóstolos, já que estavam acostumados a incluir seus filhos em todos os aspectos da religião judaica. Mas não há nenhuma proibição apostólica quanto a isso.
Compreendo também que alguns têm dificuldades com o batismo infantil por causa da prática da Igreja Católica e de algumas denominações evangélicas, que adotam a idéia da regeneração batismal, isto é, que, pelo batismo, a criança tenha seus pecados lavados e seja salva. Pessoalmente não creio que seja este o ensino bíblico. O batismo infantil não salva a criança. Meus filhos terão de exercer fé pessoal em Cristo Jesus. Não serão salvos pela minha fé ou da minha esposa. Eles terão de se converter de seus pecados e crer no Senhor Jesus, para que sejam salvos. O batismo foi apenas o ritual de iniciação pelo qual foram admitidos na comunhão, da Igreja visível. Simboliza a fé dos seus país nas promessas de Deus quanto aos seus filhos (cf. Pv 22.6; At 2.38; At 16.31) e expressa os termos da aliança que nós e nossos filhos temos com o Senhor (Dt ' 6.6,7; Ef 6.4). Se, ao crescer, uma criança que foi batizada resolver desviar-se dos caminhos em que foi criada, é da sua inteira responsabilidade, assim como os que foram batizados em idade adulta, e que se desviam depois.
Certamente que o Novo Testamento fala do batismo como sendo uma expressão de fé e de arrependimento por parte daqueles que se convertem a Cristo - coisas que uma criança em tenra idade não pode fazer. Por outro lado, lembremos que passagens assim não tinham em vista os filhos dos fiéis, mas toda uma primeira geração de adultos que se converteram pela pregação do Evangelho.
Mas, ao fim, tanto os que batizaram seus filhos quanto os que os apresentaram, devem orar com eles e por eles, serem exemplos de vida cristã, levá-los à Igreja, instruí-los nas Escrituras e viver de tal modo que, ao crescer, os filhos desejem servir ao mesmo Deus de seus pais.
 
Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes, Third Millennium Ministries

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Apóstolo... Qual é o Problema?

    Como é de conhecimento de muitos, nos últimos tempos apareceram algumas pessoas trazendo sobre si o título de Apóstolo. Até então, o comum nas igrejas protestantes eram: Bispos, missionários, pastores, presbíteros, diáconos e evangelistas. Algumas já usam profetas e outras obreiros. Mas apóstolo é recente. Tenho visto muitas tentativas de criticar as pessoas que trouxeram de volta de "título" e resolvi pensar um pouco também.
    Sendo assim comecei a fazer uma investigação raza na história. Fui procurar se o termo apóstolo ainda era usado pelos pais da igreja que se seguiram após os 12 apóstolos. Passando pelos apologistas do primeiro século: Aristides de Atenas, Justino e Atenágoras não vi nenhuma referência a apóstolos, se não identificando-os somente com os que estiveram com Jesus e Paulo, o apóstolo fora de tempo. Caminhando um pouco mais, agora nos pais da Igreja, pesquisei Policarpo, a quem acredita-se ter estado com João e Ireneu de Lião. Na sua epístola aos filipenses, Policarpo assume-se presbítero. Em outra parte fala dos "ensinos dos apóstolos" reservando a eles esse título. Já Ireneu é mais enfático ao dizer que foram 12 os apóstolos eleitos. Não abrindo mais nenhuma margem para outro apóstolo. Com isso concluo que na história, é evidente a guarda do termo apóstolo aos discípulos que estiveram com Jesus e Paulo como forma de honrá-los.
     Prossegui com a investigação, agora bíblica. Os primeiros chamados de apóstolos são os discípulos de Jesus (cf. Mc 3.14). Durante todos os evangelhos e os escritos de Lucas (Ev. de Lucas e Atos) o termo é normal somente aos discípulos.
     Algumas pessoas acreditam veementemente que o uso do título apóstolo só pode ser direcionado aos discípulos que estiveram com Cristo e a Paulo. Mas quando olhamos a eleição de Matias (At 1.26), percebemos que não havia nenhuma preocupação em reservar a expressão somente aos que foram chamados por Jesus. A própria igreja primitiva não criou problemas, antes nomeou mais um apóstolo contando-o com os onze. 
     Paulo por sua vez, parece que sofreu retaliação por ser chamado apóstolo e viu-se obrigado a falar sobre suas credenciais apostólicas (2Co 12.12). Não queriam reconhecê-lo, mais ele mostra que suas atitudes são de um verdadeiro apóstolo. E mais, o apóstolo Paulo também não reservou este título somente aos que estiveram com Cristo e a ele, antes comissionou outros como apóstolos. Isso mesmo! Outros apóstolos! Enquanto alguns fecham as portas aos apóstolos, Paulo abriu. Em 2 Co 8.23, a palavra traduzida para "embaixadores" na verdade é apostoloi no original, apóstolo. Em Fp 2.25 a palavra "enviado" é apostolon, apóstolo, neste caso o apóstolo é Epafrodito. Em Gl 1.19 e 2.9, Tiago o irmão de Jesus é contado como coluna junto com os apóstolos, mas ele nunca foi apóstolo chamado por Jesus (cf. Jo 7.5 e Mc 3.13-19)! Fugindo à regra, Lucas chama Barnabé de apóstolo (At 14.14). Parece que Andrônico e Júnia também são considerados apóstolos por Paulo (Rm 16.7).
     Concluo tudo isso dizendo que, o problema dos que se dizem hoje apóstolos, é buscar uma posição maior do que pastor, é questão de poder. Quanto ao título, biblicamente não há nenhum problema em ser usado. Em relação a história, parece ter sido uma questão de honra manter como apóstolo somente os chamados por Jesus e Paulo. se existe problema em se usar o título apóstolo, o problema me parece ético e não teológico. Sendo assim, como diz o "poeta": "ado aado cada um no seu quadrado" rsrs. Metodista não tem apóstolo, mas se alguém é chamado de apóstolo, que no mínimo apresente, como Paulo fez, suas credenciais.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pastor iraniano, Youcef Nadarkhani, é condenado à morte por apostasia


Nos últimos dias do mês de setembro de 2011, a atenção da mídia internacional ficou voltada para o Irã. Desta vez, o assunto não era a questão nuclear, mas as últimas audiências do pastor Youcef Nadarkhani, na casa dos 30 anos, acusado de apostasia. Segundo a sharia, conjunto de leis islâmicas, a apostasia é o crime para quem abandona o islã para converter-se a outra religião. E a sentença para tal ato é a morte.
A acusação original contra Nadarkhani, entretanto, aconteceu porque ele queria que seus filhos fossem educados em escolas cristãs. Como seus antepassados eram muçulmanos, isso automaticamente o classifica como tal e seus filhos não serem educados debaixo dos preceitos islâmicos seria uma violação da lei.
A última execução por apostasia ocorrida no Irã se deu em 1990, portanto, é uma forma rara de sentença de morte. O que quase sempre acontece com os cristãos atualmente são assassinatos brutais que não são resolvidos por parte da polícia. Ninguém é acusado ou sequer existe investigação. No caso do pastor, sua morte ocorreria por enforcamento.
O tribunal da província de Gilan ofereceu, de forma “compassiva”, segundo a lei sharia, três oportunidades para Nadarkhani voltar à “religião de seus antepassados”. A terceira e última chance foi no dia 28 de setembro e o pastor não aceitou negar a Cristo. Até o fechamento desta matéria, a sentença não havia sido decretada, o que causou muito apreensão.
Comentários sobre a anulação da execução foram divulgados, mas o Centro Americano para a Lei e Justiça (ACLJ, em inglês), entidade que tem trabalhado junto ao pastor, acredita que essa foi uma estratégia do Serviço Secreto Iraniano para impedir que a mídia continuasse cobrindo o caso. Várias emissoras de TV internacionais, jornais e blogs reportaram a situação. A Casa Branca também comunicou sua preocupação e criticou a condenação de Nadarkhani. “O pastor Nadarkhani não fez nada além de manter sua fé, que é um direito universal de todas as pessoas”, disse a declaração vinda de Washington.  
Além disso, no Brasil, jornalistas como Reinaldo Azevedo comentaram a atrocidade em seus blogs. Políticos como o senador Marcelo Crivella levaram o caso ao Plenário e pediram ao governo do Irã que poupasse a vida do cristão.
As boas relações diplomáticas do Brasil com o Irã desde o governo Lula podem influenciar e ter “voz” mais ativa do que muitos outros países em relação a este caso. Pensando nisso, a Portas Abertas, organização que lida com a perseguição religiosa no mundo criou ações em favor da vida de Nadarkhani por meio de um abaixo assinado para que os brasileiros pressionassem o presidente do Senado, José Sarney, a enviar carta de apoio ao pastor Youcef em nome do Senado Federal conforme solicitação do senador Paulo Paim. Além disso, a entidade enviou outro abaixo assinado para que o Itamaraty, ou seja, o ministério de Relações Exteriores do Brasil se pronunciasse publica e favoravelmente pedindo pela vida do pastor Youcef.
Ainda que a pressão internacional tenha efeito sobre a decisão da sentença, o pastor não sairá ileso. Punições como um longo período na prisão pode ser o resultado do “perdão”, uma vez que, se o tribunal simplesmente o liberar poderia ser visto como uma derrota. Mas acredita-se que a prisão também continuará causando pressão ao governo iraniano.
“Eles provavelmente não irão matá-lo hoje, mas podem fazer isso quando quiserem”, disse uma fonte ligada ao caso do pastor Nadarkhani para a agência internacional de notícias Compass Direct. “Eles podem enforcá-lo ao meio dia ou então daqui a 10 dias. Às vezes entregam o corpo para a família junto com o veredito. Eles têm ultrapassado as fronteiras da lei”.
Nos dias da audiência, a esposa de Nadarkhani estava muito apreensiva com relação à decisão do tribunal. O casal tem dois filhos: Joel, 7 e Daniel, 9. “A mulher dele está em depressão e preocupada. É uma situação difícil para toda a família”, relatou a fonte. O pastor Youcef conseguiu ver seus filhos durante a audiência pela primeira vez desde março. “Ele estava de bom humor e falava de sua enorme vontade de servir a Igreja depois que fosse libertado da prisão”, revela o Compass.
Fato interessante no caso do cristão Youcef Nadarkhani é que seu advogado, Mohammad Ali Dadkhah, é muçulmano com grande expertise em Direitos Humanos e está cuidando do caso do pastor. “Isso mostra que pessoas de diferente fé estão dispostas a arriscar suas próprias vidas e carreiras para salvar outros”, alerta Jordan Sekulow, diretor executivo da ACLJ.

Fonte: Cristianismo Hoje.

Os demônios também querem criar. Frankestein!?

Levi Van Veluw
As pesquisas secretas foram reveladas quando um comitê de cientistas denunciou ante o Parlamento um possível cenário de pesadelo com a hibridação homem-animal indo longe demais.
Um painel de cientistas da Academia de Ciências Médicas de Londres alertou para a possibilidade de a novela “Frankenstein” se tornar espantosa realidade, noticiou a agência LifeSiteNews. Segundo eles, colegas britânicos já criaram mais de 150 embriões híbridos de homem e animal, em pesquisas secretas efetivadas em laboratórios do país.
Por sua vez, o diário Daily Mail noticiou que 155 embriões que misturam elementos genéticos humanos e animais foram criados nos últimos três anos. Os autores foram cientistas que trabalham células embrionárias com o pretexto de achar novos remédios.

As pesquisas secretas foram reveladas quando um comitê de cientistas denunciou ante o Parlamento um possível cenário de pesadelo com a hibridação homem-animal indo longe demais.
O professor Robin Lovell-Badge, do National Institute for Medical Research, denunciou o trabalho de implantação de material genético de seres humanos em embriões animais visando engendrar novas criaturas com atributos humanos. Ele mencionou a inoculação em cérebros de macacos de material tirado de fetos.

O King’s College de Londres e as Universidades de Newcastle e Warwick obtiveram licença para essas experiências antinaturais após a aprovação da lei que garante a utilização de embriões humanos em ensaios de laboratório.

Eles estão à procura de ‘cybrids’, entes resultantes da implantação de um núcleo de célula humana numa célula animal. Também procuram criar ‘quimeras’, resultantes de células humanas misturadas com embriões animais.

Peter Saunders, presidente do grupo Christian Medical Fellowship, que reúne 4.500 médicos do Reino Unido, manifestou ser muito difícil bloquear com leis essas experiências anti-humanas.

Segundo ele, os “cientistas em geral não conhecem bem a teologia, a filosofia e a ética e, com frequência, há interesses ideológicos ou financeiros por trás de suas pesquisas”.


Lord David Alton introduziu um debate no Parlamento e recebeu a resposta de que esses esforços para produzir um humano-animal híbrido pararam por falta de verba.


“Eticamente isto jamais poderia ser justificável, e desprestigia nosso país. É qualquer coisa que toca no grotesco”, acrescentou Lord Alton.


“Dos 80 tratamentos e curas obtidas a partir de células estaminais, todos vieram de células estaminais adultas, nenhuma de células embrionárias. Isto não tem fundamento na moral e na ética, nem tampouco na ciência e na medicina”, completou.


Josephine Quintavalle, do grupo pró-vida
Comment on Reproductive Ethics (Corethics), perguntou no “Daily Mail”: “Por que isto deve ser mantido no segredo? Se eles estão orgulhosos do que fazem, por que é preciso apelar ao Parlamento para que isto seja trazido à luz?”


Fonte: Mídia Sem Máscara (Publicado no site
Valores Inegociáveis.)

Anjo na Indonésia!?

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Intromissão do governo de Fiji em assuntos da Igreja Metodista é inaceitável, diz Tveit

Tveit manifestou preocupação às vésperas do 50o aniversário do Conferência de Igrejas do Pacífico e de uma reunião de dirigentes de igrejas da região, por causa da flagrante violação à liberdade religiosa por parte das autoridades de Fiji. O governo cancelou a conferência anual da Igreja Metodista de Fiji e Rotuma e prendeu dirigentes da igreja.
“É totalmente inaceitável que as autoridades de Fiji intervenham em decisões e assuntos internos da igreja”, disse Tveit, que se encontra em Samoa, onde participa de reunião regional.
O governo militar de Fiji cancelou a Conferência Anual da Igreja Metodista, alegando que os dirigentes estão por demais politizados.
A British Broadcasting Corporation (BBC) informou que os dirigentes e os altos cargos da igreja foram convocados para ouvir a sentença, e o governo tentou sem sucesso deter ao ex-presidente da igreja, pastor Josateki Korio.

É o terceiro ano consecutivo que o governo cancela a Conferência anual Metodista. As autoridades suspenderam os preceitos constitucionais, restringiram a liberdade de imprensa e deteve opositores ao regime.
A igreja continua com posicionamento crítico ao regime militar de Fiji. Tveit reafirmou a posição do Comitê Central do CMI que deu total apoio em 2009 às igrejas de Fiji. Ele exortou cristãos de todo o mundo a se unirem em oração pela Igreja Metodista de Fiji e Rotuma.

O Comitê Central do CMI é o órgão reitor que representa as 349 igrejas membros do organismo ecumênico internacional, que congregam 550 milhões de cristãos de todo mundo.

ALC

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Projeto de lei restringe liberdade religiosa

A Lei Orgânica de Profissão Religiosa e da Ética Leiga, de autoria do subsecretário da Chancelaria equatoriana para a América do Norte e Europa, Pablo Villagómez, tem 99 artigos e proíbe o ensino religioso em espaços públicos, também nas escolas, públicas ou privadas. O ensino só pode ocorrer nos templos.
O artigo 16 da proposta proíbe a colocação de símbolos religiosos em espaços e monumentos públicos durante festividades religiosas. O arcebispo de Guayaquil, monsenhor Antonio Arregui, disse que se trata de uma “barbaridade”. Agora a  igreja terá que requerer relatório técnico de impacto ambiental, se quiser fazer repicar os sinos de seus templos, ironizou.
Se a lei for aprovada, alertou o ex-presidente Gustavo Noboa, as procissões religiosas na Semana Santa ou as romarias serão proibidas.
Um segundo projeto em tramitação no Legislativo proíbe a celebração de cerimônias religiosas em recintos militares e policiais.

Fonte: ALC.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Revelações e Profecias!"

    Estive pensando... se revelações e profecias vêm de Deus, por que geram tantas confusões dentro da igreja? A resposta é óbvia: nem toda revelação e profecia vêm de Deus. Quando fazemos alguma crítica a essa prática, sempre aparece alguém dizendo que recebeu uma revelação de uma pessoa que não a conhecia e disse tudo o que estava acontecendo com ele. Ou então recebeu uma profecia que se cumpriu em sua vida. Digo então, que Deus já usou pessoas para falarem assim comigo, mas o diabo também já usou muito gente com ares de profeta. Confesso, que já ouvi mais casos de falsas revelações e profecias do que verdadeiras. Já pensei até, que se não houvessem tantas revelações nas igrejas, os cristãos seriam menos doentes. Já questionei até, o por quê da maioria das comunidades em que acontecem muitas "revelações" e "profecias" não crescerem?! Já percebi até, que a maioria dos ditos profetas são aqueles que criam mais confusão, revelam tudo, menos a vida deles! O triste, é que esses casos são maioria. 
    Por que então esperar pelas revelações para se arrepender do pecado? Por que esperar por um profeta para seguir em frente? Ora, se Deus tiver que usar alguém para falar comigo, é sinal de que não estou conseguindo ouvir a Sua voz! É verdade que existem momentos da nossa vida, que de fato o céu fica como "bronze" e não conseguimos ouvir a voz de Deus pelas muitas adversidades, agora, viver uma vida inteira precisando de revelações e profecias para ser um cristão, é muito estranho! Será que essa pessoa não consegue viver em comunhão com Deus?! Será que nunca conseguirá ouvir a Sua suave voz ao coração como numa brisa? Será que só conseguirá ouvir nas tempestades e ventanias, que na verdade nem levam a voz de Deus?
    E sabe o que é pior? É que a maioria dessas pessoas estão no ministério de oração de nossas igrejas!!! É ou não é verdade? É ou não é verdade que muita gente já saiu da igreja ou teve problemas por causa dessas "revelações"? É ou não é verdade que grande parte dessas "revelações" são premeditadas e na verdade são pretextos para fazer fofoca? Responda aí.

sábado, 2 de julho de 2011

Querem Comprar Minha Alma!

A palavra de Deus ensina que nós devemos cuidar para não ganharmos o mundo inteiro e perdermos nossa alma. Sob esta ótica, percebo que muitas pessoas tem vendido suas almas para ganhar o mundo. Acredito que os apelos para vendermos nossa alma estão a todo tempo nos rodeando, precisamos de uma disposição para mantermos nossa alma intacta, e se possível for, até ganhar o mundo. 
Quando a Bíblia fala de "alma", compreendo que está nos chamando atenção para nossos valores. Algumas pessoas por exemplo se relacionam com facilidade e isso traz benefícios para sua vida. Outras deste mesmo grupo, usam sua facilidade de relacionamentos premeditando que se darão bem no futuro se elas se relacionarem (política) com as "pessoas certas". Alguns destes, acabam se dando "bem" mesmo, já ganharam o seu mundo.  Contrariando o modo sujo de fazer política, existe o trabalho. Existem outras pessoas que não se encaixam nas anteriores, elas nãos sabem fazer política, não conseguem criar um relacionamento para se beneficiarem dele, e por vezes entram em crise pensando que estão fazendo errado, mas algo dentro delas as fazem caminhar em outra direção: trabalho. Estas pessoas produzem resultados num tempo maior do que as outras que preferem a política. Enquanto a política encontra sempre atalhos para ganhar o mundo, as que preferem o trabalho não, mas esperam fazer história e aguardar até que alguém veja o bom trabalho que foi realizado e daí, lhe dê as "nações por herança". O ser humano precisa se respeitar e saber até onde vai  seu limite, não devemos fazer aquilo que não queremos porque outros dizem que é certo, somos gestores da nossa vocação, nós é quem determinamos o que queremos ou não fazer e não os outros. O resultado do trabalho pode ser demorado, mas é permanente; enquanto que o resultado da política é rápido, mas transitório, está condicionado ao próximo político influente. Se um dia na minha vida perceber que fui beneficiado pela política e não pelo trabalho, me envergonharia muito! Quero ganhar o mundo sim, mas à medida em que eu não perca a minha alma!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Não Tenho que Fazer Cara de Pastor!!!

Lendo um pequeno artigo do Pr. Ed René Kivitiz, gostei de uma frase: “A questão é saber se você deriva sua identidade do papel que desempenha ou se imprime sua identidade nele”. Daí me lembrei que algumas pessoas já me disseram que devo ser pastor em todos os lugares, mas pensava eu: "como ser pastor do meu tio, do meu avô, do meu pai, do meu vizinho...?" - acreditava que eles tinham razão, mas nunca quis aceitar essa razão. Alguma coisa dentro de mim me dizia: "preciso continuar sendo quem sou e não representar um papel que os outros querem". Ora, não nasci pastor, ser pastor é minha vocação, meu nome é Rodrigo, sou alguém. As pessoas sempre tentam nos classificar por aquilo que fazemos e não por aquilo que somos. Lembro-me de quando Moisés viu Deus na sarça ardente e perguntou quem estava ali. Acredito que ele pensava em ouvir alguma coisa do tipo: "Sou o Deus que cura", ou, "sou o Deus que faz chover", ou ainda, "sou o Deus que traz prosperidade". Entretanto, por mais que Deus fizesse tudo isso, Ele responde: "EU SOU". O próprio Deus preserva sua identidade ao invés de aceitar ser classificado por alguém em virtude daquilo que faz, Ele não nega o que faz, mas estabelece um recomeço para a nação de Israel sob o governo de Quem é e não do que faz.  Não posso derivar minha identidade daquilo que eu faço - Não tenho que fazer cara de pastor, entonar a voz como pastor... Tenho que manter minha identidade exercendo com toda dedicação a vocação que Deus me fez. Isso vale para todos em qualquer vocação. As crises de identidade acontecem quando deixamos de ser quem somos, para representar um papel que a sociedade assimilou como comum. A sociedade diz: "todo pastor faz isso" - eu digo: "não tenho que fazer cara de pastor, tenho que continuar sendo aquele mesmo quem Deus chamou." Preciso ser um bom filho, um bom neto, um bom vizinho... e se meu testemunho fizer com que estes desejem ser pastoreados por mim, daí cumpri minha missão. Que você não perca sua identidade e mesmo assim cumpra sua vocação.

sábado, 25 de junho de 2011

Compadecendo-me com Pastores da IURD

    Aqueles que me conhecem, sabem que sou ferrenho crítico da teologia da prosperidade. Mas neste artigo não quero falar especificamente sobre esta teologia, mas sim sobre aqueles que são reféns desta teologia mesmo estando, aparentemente, ao lado dela. Sempre olhei com muita desconfiança para os pastores da IURD, taxando-os como gananciosos cheios de avareza, mas nestes dias tenho pensado algumas coisas e gostaria de compartilhar. Acredito que a imensa maioria dos pastores são chamados por Deus. O sonho dessa maioria, é pregar a palavra, ver as pessoas libertas de seus vícios, ver famílias sendo restauradas, ser usado por Deus para levar a cura aos doentes... Acredito que todo pastor sonha em fazer a obra de Deus. 
    Entretanto, muitos dos sonhos destes pastores são roubados por causa das metas que devem ser batidas, principalmente na IURD. Homens de Deus já não conseguem mais realizar o sonho de servir a Deus, a pressão que os envolve os faz servir "mamom" (riquezas), o sonho se transforma em pesadelo. Comparo os pastores destas igrejas, àquelas pessoas que são enganadas com promessas de empregos lucrativos na europa e ao chegarem lá, são trancafiadas em quartos e obrigadas a se prostituirem para terem o que comer - o sonho que virou pesadelo! Gostaria de me solidarizar com aqueles pastores que são obrigados a fazerem vasectomia, mesmo sem terem filhos por um "pseudo-amor a Deus" (não que eles não tenham amor) - não digo da boca pra fora, eu conheço! Gostaria de me solidarizar com aqueles pastores que ainda estão lá com medo de deixarem o ministério ou se levantarem como profetas denunciando o pecado, sabendo que se assim fizerem serão taxados de endemoninhados! Gostaria de me compadecer e dizer, que se você é pastor da IURD e não aguenta mais a pressão, as metas absurdas, "mamom" - Deus ainda tem um chamado maravilhoso na sua vida e você não precisa se submeter a isso. Diante da comida dos porcos, o Filho Pródigo se lembrou que tinha um Pai pronto a lhe dar o melhor, e o melhor não é o dinheiro, mas ser filho de um Pai de amor, muito diferente de servir carrascos que só pensam em dinheiro. Que Deus os livre da escravidão, amém!

terça-feira, 14 de junho de 2011

a tentativa do Congresso de sustar a união homossexual” do STF

PDC 224/11: uma medida extrema
 
Diante da decisão inaudita do Supremo Tribunal Federal de reformar a Constituição a fim de reconhecer a união estável entre duas pessoas do mesmo sexo (05/05/2011), o jurista Ives Gandra da Silva Martins propõe uma solução:
 
Se o Congresso Nacional tivesse coragem, poderia anular tal decisão, baseado no artigo 49, inciso XI, da CF, que lhe permite sustar qualquer invasão de seus poderes por outro poder, contando, inclusive, com a garantia das Forças Armadas (artigo 142 “caput”) para garantir-se nas funções usurpadas, se solicitar esse auxílio [1].
 
De fato, diz a Constituição Federal que “é da competência exclusiva do Congresso Nacional zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes” (art. 49, XI, CF). Quando o Executivo invadir a competência do Congresso, cabe a este “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa” (art. 49, V, CF), o que se faz por um decreto legislativo. A Carta Magna não fala explicitamente da sustação de atos do Poder Judiciário, mas é possível uma interpretação analógica.
O deputado João Campos (PSDB/GO) levou a sério a sugestão e apresentou em 25/05/2011 o Projeto de Decreto Legislativo 224 de 2011 (PDC 224/2011) que “susta a aplicação da decisão do Supremo Tribunal Federal proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, que reconhece a entidade familiar da união entre pessoas do mesmo sexo”. Ao todo, 51 deputados  assinaram a proposição.
Lamentavelmente, em 07/06/2011, o presidente da Câmara Marco Maia (PT/RS) devolveu a proposição ao autor por considerá-la “evidentemente inconstitucional”[2]. Dessa decisão, cabe, porém, um recurso ao plenário. Podemos usar o Disque Câmara (0800 619 619) para solicitar aos deputados de nosso Estado que apoiem o PDC 224/2011.  
Anápolis, 13 de junho de 2011.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis.  


[1] http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2011/05/18/a-corte-constitucional-francesa-e-o-homossexualismo/
[2] Art. 137, § 1º, II, b, Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Fonte: www.providaanapolis.org.br

Crescimento Islâmico

Dale Hurd
Embora a ideia de muçulmanos dominando Roma, conforme foi profetizado pelo profeta Maomé, possa parecer exagerada, a capital historicamente cristã da Itália é agora o local da maior mesquita da Europa. (Veja o vídeo da mesquita aqui: http://www.youtube.com/watch?v=4lx-6Yl0zx4)
Moschea di Roma, ou a Grande Mesquita de Roma, tem capacidade de acomodar 12 mil adoradores e é um símbolo poderoso da população muçulmana que não para de crescer na Itália.
Grandes mesquitas foram construídas ou estão em fase de planejamento para construção em praticamente todas as grandes cidades da Europa.
Durante séculos, os céus da cidade de Colônia, Alemanha, eram dominados por sua famosa catedral, a maior igreja gótica do norte da Europa. Mas logo essa elevada igreja terá nos céus da cidade a companhia dos elevados minaretes de 46 m de altura da mesquita de Colônia, que está sob construção.
O prédio muçulmano de adoração, que está sendo financiado pelo governo da Turquia, está sofrendo a oposição de grupos que o veem como parte do território da Turquia no coração da Alemanha.
“Esta mesquita é um símbolo de poder político. É um símbolo da islamização no centro da Europa, e principalmente esta mesquita na região de Colônia-Ehrenfeld”, Manfred Rouhs, organizador do Pro-Köln, disse para o noticiário televisivo CBN News.
Aliás, muitos dos grandes projetos de mesquitas na Europa são financiados pelo governo turco. Algumas mesquitas estão sendo financiadas pela Arábia Saudita e algumas, como a mesquita que está sendo planejada para a cidade de Copenhague, estão sendo construídas com o dinheiro da Guarda Revolucionária do Irã.
“Não é realmente uma mesquita”, Lars Hedegaard, dinamarquês especialista em assuntos islâmicos, disse acerca da mesquita de Copenhague. “Parece-se mais com um quartel militar. Vai ser uma instituição que aterrorizará não somente os dinamarqueses, mas também os iranianos não obedientes”.
Em Londres, um plano para se construir a maior mesquita da Europa entrou em choque com uma forte oposição pública e foi reduzido em tamanho.
Mas em Colônia e outras cidades, grupos e indivíduos esquerdistas estão se mostrando muito a favor das mesquitas e às vezes fazem demonstrações violentas contra aqueles que se opõem às mesquitas.
A Grande Mesquita de Roma e o número crescente de mesquitas gigantes em toda a Europa estão mudando não somente o panorama físico, mas também, conforme dizem alguns especialistas, provavelmente mudarão o panorama político.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: CBN

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Não Dá Pra Sair do Mundo!!!

Nos tempos de hoje, o debate sobre capitalismo tem ganhado força dentro das igrejas. O discurso de que temos de nos afastar da influência capitalista é cada vez mais latente. E sinceramente... os discursos são óbvios e a maioria das pessoas concorda. Coisas do tipo: "Não compre mais do que você pode pagar! Aprenda dizer não! Você não é o que tem! Não comprometa todo seu orçamento! Não pague o mínimo da fatura do cartão!". Enfim, tudo isso a gente fala e concorda, exceto algumas vozes dissonantes que vêem num discurso cristão nada mais do que prosperidade material, pobres coitados! Devem ter algum distúrbio ou não conhecem a Bíblia! Mas este assunto é ultrapassado, não quero falar sobre isso. Antes, gostaria de refletir como pastor e igreja, que todos nós somos, de alguma maneira, produtos da sociedade de consumo. Quem não quer um carro melhor, uma casa melhor, uma faculdade com projeção, roupas legais, ter dinheiro para sair e viajar?! Que igreja que não quer ter um data-show ao invés de um projetor (se é que já não estou ultrapassado), que igreja não quer dar um retiro de execelência para os membros (comida boa, cama boa, etc), que igreja não quer um som de primeira qualidade, bancos melhores, mais conforto, um banheiro grande com espelho para as irmãs?! Quem é o pastor ou membro que prefere reclinar a cabeça numa pedra que nem Jesus tinha?! A igreja (membros) é produto da sociedade de consumo, daí vêm a Teologia da Prosperidade! Agora... por outro lado, como medir a competência de um pastor ou igreja se não pelos elementos da sociedade de consumo: produtividade (quantidade de membros, crescimento da arrecadação, metas...). Sinceramente, queremos demonizar um lugar de onde não podemos sair. A questão não é sair da sociedade de consumo, mas dentro dela conseguir fazer diferença. Jesus disse ao Pai: "Não O peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal". - Ora, não dá pra sair desse meio, o que precisamos é de discernimento para não sermos pegos pelas artimanhas de satanás. E mais: "Vós sois o sal da terra", Jesus não nos tira da terra da sociedade de consumo, mas nos ensina a "dar gosto" na terra, para que a vivência da humanidade não seja tão terrível assim. "Vós sois a luz do mundo" - E se não bastasse, Suas palavras indicam que não poderemos nos esconder diante da perversidade deste mundo, mas que seremos vistos e seguidos quando o mundo perceber que está em trevas.      


terça-feira, 7 de junho de 2011

Dai a César o Que é de César - 19° Concílio Geral

Existe grande preocupação em torno deste 19º Concílio Geral da Igreja Metodista, principalmente em torno das Instituições de Ensino. Já ouvi frases do tipo: "Temos que vender tudo a sanar nossas dívidas!" - "Devemos mudar a administração!". Você já ouviu alguma coisa assim... Fato é, que não só os metodistas, mas também outras denominações sofrem com instituições endividadas. Não tenho propriedade para falar a fundo sobre o assunto, mas estou certo de que a preocupação com nossa tradição tem onerado em muito a igreja do presente. Sei que, historicamente, sempre tivemos uma efetiva participação no ensino no país, e em nome da tradição, mantemos isso até hoje. Mas às vezes penso que não deveríamos nos envolver com a educação secular hoje, pois existem órgãos que fazem isso melhor; mas sempre aparece outra voz na minha consciência me dizendo: "Educação faz parte da missão da igreja." - E novamente eu penso: "Será que para contribuir com a educação nós precisamos ter instituições de ensino?" - E ainda: "Será que a frase 'Eduacação faz parte da missão da igreja', não é apenas uma desculpa para manter um espaço aos teólogos que não são pastores?". Acho que sabemos qual é a melhor resposta. Diante do dilema dos impostos Jesus disse: "Dai a césar o que é de césar, e a Deus o que é de Deus". - Parafraseando, digo: "Dai ao MEC (cobrar a educação) o que é do MEC, e a dai igreja (a salvação dos perdidos) o que é da igreja".

terça-feira, 22 de março de 2011

Olhando Além do Horizonte

            “...Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá a primogenitura?” (Gn 25.32)

            Esta frase é de Esaú, o irmão gêmeo de Jacó, ambos filhos de Isaque e netos de Abraão, a quem foi conferido uma grande promessa, que se perpetuaria por sua descendência. Esta promessa tinha validade na vida do filho primogênito, isto é, o mais velho. Esaú e Jacó eram gêmeos, entretanto Esaú saiu primeiro do ventre de sua mãe, seguido por Jacó agarrado ao seu calcanhar, logo, Esaú era o herdeiro por direito da primogenitura, e assim da promessa que estava sobre a descendência de Abraão.
            Este texto relata que após Esaú vir do trabalho (caçada), ele estava cansado e com fome. O momento mais difícil na vida do ser humano é justamente quando se sente enfraquecido pelo trabalho, estudo, pela responsabilidade seja ela familiar ou profissional. Neste período da vida, exemplificado nas palavras de Esaú (v.32), demonstra-se a vulnerabilidade que o ser humano se encontra diante de pressões, neste caso, física (cansaço e fome). A probabilidade de o inimigo atacar o cristão se intensifica nos momentos de fraqueza. O próprio Jesus foi tentado no deserto, no lugar em que ele poderia demonstrar maior propensão ao pecado. Os momentos de fraqueza são muito perigosos, e neles precisamos de maior vigilância. O Apóstolo Paulo entendeu isso, e nos momentos de fraqueza intensificava sua força em Deus: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.” (2 Co 12.10).
            O texto no prosseguir (vv.33ss), relata a fraqueza de Esaú em desistir de sua primogenitura e vende-la a Jacó, por um prato de comida!!! Assim, podemos aprender com o erro de Esaú, aquele que é herdeiro das promessas de Deus, não desiste dela, mesmo que o presente seja muito cansativo ou sofrido. Alguém que só tem olhos para a presente necessidade do horizonte visível, nunca chegará á futuras conquistas. O horizonte é o limite dos fracos, ultrapassar o horizonte é atitude de conquistadores. Enquanto formos seduzidos pelas propostas do inimigo de tornar o nosso presente mais fácil, nunca estaremos preparados para conquistar no futuro, as maravilhosas promessas de Deus.  
            Se você se sentir cansado(a) na caminhada da vida entenda que Deus: “Dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão. Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” (Is 40.29-31). Que Deus os preserve no dia do cansaço. Amém!

Pr. Rodrigo Nascimento.