terça-feira, 18 de junho de 2013

Brasil X Vacas de Basã

“Ouvi esta palavra, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, oprimis os pobres, esmagais os necessitados e dizeis a vosso marido: Dá cá, e bebamos. Jurou o SENHOR Deus, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e as vossas restantes com fisga de pesca. Saireis cada uma em frente de si pelas brechas e vos lançareis para Hermom, disse o SENHOR.” (Amós 4.1-3)

    Nosso país passa por um momento histórico. As manifestações populares são mais reveladoras do que se pode imaginar. Por trás dos “vinte centavos”, existe um claro descontentamento com o retorno que o povo recebe dos seus impostos.
    A história bíblica também é marcada por situações parecidas. O texto acima é uma dura crítica à opressores que existiam na época em Israel. O profeta Amós, percebendo a desigualdade social, se levanta com autoridade para falar em nome de Deus. Com duras palavras, chama os opressores de “vacas de basã”, alguns comentaristas bíblicos acreditam que essas “vacas” eram as mulheres que obrigavam seus maridos, que certamente eram os governantes, a satisfazerem seus ávidos desejos de luxo, sem se importar com as conseqüências sobre os pobres.         As mulheres do texto, tipificam as grandes empresas que buscam insaciavelmente lucro, e o governo é o marido patético que não sabe dizer “não” ao consumismo delas, pois tem medo de futuramente (nas próximas eleições), não receber o “apoio” desejado. Afinal de contas, um desajuste “familiar” não faria bem a eles!!!
    Mas Deus, sempre olha para os necessitados, e de um jeito ou de outro, ouvirá as orações dos justos e abençoará toda a nação. Estamos experimentando isso.
    Quanto à minoria baderneira, tem em todo lugar, até na igreja encontra-se a “banda podre”, isso, desde os tempos de Jesus na figura dos fariseus hipócritas. Logo, não permitam que a minoria desmoralize uma manifestação civil digna, quiçá divina!

    Muitos ajustes precisarão acontecer, muitas reformas, também aparecerão aproveitadores nestes movimentos... mas vamos orar e gritar: “Deus salve esta nação!”, em todos os seguimentos, “Deus salve esta nação. Amém!”  

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Mundo que Querem

   É lamentável a cada dia que olho os noticiários e percebo claramente uma conspiração maligna para mudarem o mundo em que vivemos.
    Querem legalizar casamento com pessoas do mesmo sexo criminalizando toda opinião contrária, o que futuramente irá criminalizar a Bíblia. Sua publicação será proibida ou no mínimo alterada. Quem não concordar será preso, pois estará infringindo a suposta Lei. Será a minoria cumprindo a Lei que desagrada a maioria. Essa lei ainda irá beneficiar a adoção de crianças por casais homossexuais. E será ainda o primeiro passo para olharem a sexualidade humana diferente de hoje. Em que o sexo proibido é só aquele que uma das parte não consente. Futuramente a pedofilia não será mais um crime (como querem). E se mudarem a conjugação da família, será possível também ser bígamo? Montar um arém? Qual será a lógica familiar? Sem definição. Imaginem o divórcio? Se é difícil com dois imaginem com muitos? Isso é sodoma e gomorra, uma bagunça. E isso só será possível, porque hoje estão desmerecendo um plebiscito sobre o assunto, visto que o povo brasileiro é muito ignorante para decidir sobre aquilo que é melhor para si. Se a história for assim (que Deus nos livre!), voltaremos ao tempo em que a democracia será banida, pois existirão pessoas muito "sábias" para decidirem por nós. E no fim... pra que votar? O povo não entende nada mesmo!!! Tem gente que chama isso de ditadura... eu também!
    Querem legalizar o aborto, e isso vem do conselho de medicina. Por trás disso existe um intenso desejo de controle de natalidade. Homossexuais adotando e fazendo dos adotivos, homossexuais também (pelo exemplo) somado ao aborto, o que será isso? Diminuição da população... tem muita gente chata e palpiteira tomando conta do congresso, se abrindo para o engajamento político, social, cultural... ééé... estão perdendo terreno, precisam fazer alguma coisa bem rápido! Parece até filme né? Mas é realidade. A longo prazo o mundo que querem pra nós será terrível. Opa, deixa eu me corrigir a tempo, o mundo não será nosso... será deles!!!
     E tudo isso não é só no Brasil, é no mundo... o negócio é grande e irá beneficiar muita gente, mais uma vez pra você entender... o negócio é grande e irá beneficiar muita gente!!!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Marco Feliciano, CDH, Racismo

   Nos últimos dias, o Pastor Marco Feliciano tem sofrido com duras críticas de racismo, homofobia entre outras, principalmente após sua eleição à presidência do Conselho de Direitos Humanos.
   Gostaria de iniciar por sua eleição. Como o leitor deve saber, Marco Feliciano foi indicado à presidência, o que causou grande revolta a população LGBT, bem como a uma ala liberal de cristãos. Sua eleição à deputado federal foi limpa, e assim como qualquer pessoa pode se candidatar, Marco Feliciano exerceu seu direito. Foi eleito pelo povo e por isso com o direito de concorrer à presidencia da CDH. Daí, aparecem algumas pessoas que não entendem o que é democracia e causam baderna no dia da eleição, à ponto de forçar o adiamento! Imagine se os eleitores de José Serra e Marina Silva resolvessem fazer protesto contra a eleição da Presidente Dilma?! Não tem cabimento, isso é democracia, os cargos políticos estão disponíveis a todos que forem eleitos! Causar baderna pode?! mas um deputado eleito pelo povo não pode concorrer a outros cargos como os demais deputados?! Aparecem outros que dizem que pastor não pode ser deputado, mas humorista, participante de Big Brother Brasil (onde só tem fofoca, intriga, cuidar da vida dos outros), mulher fruta... entre outros pode?! Isso é democracia, todos devem aprender a sentar e dialogar com aqueles que pensam diferente respeitando suas opiniões. Tem alguns lá no Avaaz, tentando retirar Marco Feliciano da CDH, não deram nem tempo dele trabalhar e já estão querendo tirar... isso é justo?! Deixem o homem trabalhar.
   O segundo ponto que quero destacar são as acusações sofridas por Marco Feliciano, principalmente de racismo. Bem, o pastor usa o texto Bíblico (Gn 9.20-29) em que Noé fica embriagado e um de seus filhos, Cam (Cão) ao invés de ajudar seu pai, foi contar aos irmãos Jafé e Sem, isso pareceu mal aos olhos de Noé que emitiu uma maldição, não sobre Cam, mas sobre Canaã seu filho. Marco Feliciano assegurou que a maldição de Noé, toca Canaã e os descendentes africanos, por isso o continente é tão amaldiçoado. Primeiro destaque que gostaria de fazer, é que Marco Feliciano não disse que a maldição do povo africano é ser de pele negra ou merecer a escravidão, o que ele fez foi ligar a maldição de Noé ao continente africano. Só por isso, as acusações de racismo perdem o fundamento. Segundo, Marco Feliciano no máximo pode ser acusado de ser um teólogo, na melhor análise, desatento. Isto porque, a maldição lançada por Noé é direcionada a Canaã, que não dá origem ao povo africano, Canaã dá origem aos heteus, jebuseus, amorreus... povos que futuramente serviram a Sem, de quem descendeu Abraão e os Israelitas, nas batalhas narradas em Josué, tudo isso como cumprimento da maldição de Noé. Logo, os cananeus, estavam muito longe do continente africano, por isso, a maldição não está relacionada ao continente africano. O Outro filho de Cam, Cuxe, esse sim tem ligação com o povo etíope e de pele negra, mas esse não foi amaldiçoado e assim, os africanos também não. Terceiro, se existe alguma maldição sobre o continente africano, há quem diga que eles mesmos tem grande parte da culpa, pois eles mesmos entregavam seus irmãos negros aos brancos por ganância. Do mesmo jeito, que branco, amarelo, ou que raça for... vende seus valores, o voto, a dignidade... por qualquer coisa. 
   Terceiro. Aos pseudo-cristãos. Pra turma do CONIC (conselho de igrejas), que fez uma nota de repúdio a eleição de Marco Feliciano a CDH; liberais e outros. Antes de continuar... "graças a Deus que a Igreja Metodista do Brasil saiu de lá, se não agora eu tava morto de vergonha". Caros, a mídia está tentando derrubar Marco Feliciano por causa da existência de pessoas que estão legislando em causa própria dentro do uol, terra, rede globo... e vocês estão dando munição pra eles?! Se aparecer o anticristo com a marca da besta, acho que vocês vão pedir a marca não só na mão direita ou testa, mas no corpo inteiro!!! Pelo amor de Deus, avaliem os fatos, sejam racionais!
   Quarto. Não concordo com todas as atitudes de Marco Feliciano. Mas o fato de não concordar com ele em alguns aspectos não me dáo direito de acusá-lo, julgá-lo. Falo como cristão e aos cristãos... se toda autoridade é constituída por Deus, Marco Feliciano está lá em nome Dele e poderá contar com minhas orações e todo meu apoio, pois se Deus o colocou lá, é porque tem maior condição do que eu você para ocupar aquela posição. Força meu irmão, estamos bem acima das diferenças, estou orando por você!!!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Crescimento Evangélico e Situação Social Brasileira


Existe uma tensão entre crescimento evangélico e situação social. Pela lógica bíblica, o crescimento do evangelho deveria também trazer consigo melhorias sociais. Porém, os evangélicos são muito criticados principalmente por outros evangélicos refutando que o crescimento evangélico não é acompanhado por desenvolvimento social. Dizem que o evangelho pregado pelos evangélicos não muda a sociedade, por isso, ou está errado a maneira de pregar, ou pregar é um erro. Na concepção deles, a criminalidade só aumenta e o país está cada vez pior. Será verdade isso? Como é a variável dos dados sociais?

Crescimento evangélico
Primeiramente, deixe-me embasar o crescimento evangélico. Foi noticiado nos meios de comunicação que o IBGE identificou um grande crescimento evangélico, conforme texto seguinte: “Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o aumento no número de evangélicos é proporcional ao crescente declínio da religião católica, que perdeu 9,4% de fiéis em relação ao Censo de 1991.”[1] O artigo continua dizendo que “Até o início da década de 90, os evangélicos representavam apenas 9% do contingente populacional, dos quais a maioria de origem pentecostal. Com a expansão das igrejas evangélicas pelo país e a veiculação de programas religiosos nas emissoras de televisão, tal índice subiu 44,16%.” 
É fato que os evangélicos crescem, e o que esse crescimento representa na economia brasileira? Qual é a variável social do Brasil? O que acompanha o crescimento evangélico?

Menor taxa de desigualdade
            Um estudo também apontou que nosso país atingiu a menor taxa de desigualdade. O que não significa que estamos bem, mas sim que achamos nosso caminho. A distribuição de renda é ainda muito desigual, mas quando os indicativos mostram melhorias, significa a história está mudando. A tendência é alcançarmos números melhores no futuro. “A taxa de desigualdade no Brasil caiu à mínima histórica no final de 2010, segundo estudo divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS/FGV) ... Em oito anos - de dezembro de 2002 a dezembro de 2010 -, o país conseguiu reduzir a pobreza em 50,64%, de acordo com a pesquisa ‘Desigualdade de Renda da Década’... ‘A taxa de desigualdade, medida pelo índice de Gini, ficou em 0,5304 em 2010, a menor desde 1960, quando começou a pesquisa. Quanto mais perto de 1, mais desigual é o país. ‘Os principais motivos para isso foram, principalmente, a educação e, em menor parte, os programas sociais’, explicou Neri. Entretanto, o economista diz que, quando comparado com outros países, ainda é ‘estupidamente alto, porém menor do que antes’ o nível de desigualdade no Brasil. ‘Se é uma má notícia que a nossa desigualdade ainda é alta, a boa notícia é que ela deve cair. O que os dados mostram é que a queda continua’, destacou.”[2]

Queda no Número de Homícidios
            A região sudeste do Brasil, a mais populosa registrou uma queda de 42,4% nos homicídios desde de 2000, em que o número era de quase vinte e sete mil homicídios e ficou abaixo dos dezesseis mil em 2010. Isso sem levar em consideração o crescimento populacional que colocaria o percentual ainda mais baixo.[3] As taxas ainda são altas, considerando que são elevadas por estados das regiões menos desenvolvidas. São ainda mais altas do que em lugares de guerrilha, por exemplo. Entretanto, precisamos considerar que a queda das taxas em estados como Rio de Janeiro e São Paulo, sinalizam que a violência dos grandes centros já não é um “bicho-papão” na sociedade brasileira, estamos encontrando um caminho melhor.

Justiça Contra a Corrupção
            Há alguns meses atrás, condenação de políticos por corrupção, era fantasia, utopia, pois tudo sempre terminava... disse bem, terminava em “pizza”. Isso porque, o Superior Tribunal Federal, na presença marcante de Joaquim Barbosa, fez um marco na história do nosso país ao fazer um julgamento “sem máscaras políticas” do chamado “mensalão” que tanto envergonhou o Brasil. A corrupção está marcada para “morrer” em nosso país, e isso começou com a participação da justiça brasileira. Se ainda não estamos vivendo um “sonho evangélico”, nunca estivemos tão próximos disso.

Conclusão
            Alguns podem acreditar que essas melhorias deve-se a “campanha do desarmamento”, outros acreditam que isso se deva ao “bom trabalho do PT”!!! Ora, tem de ter fé demais para acreditar nisso, acho melhor, manter nossa fé num nível coerente, por isso prefiro acreditar num Deus que move céus e terra para abençoar a nação que se dobra ao Seu senhorio. Estamos muito longe do ideal, mas evidentemente no caminho certo. Sei sim que de um lado, o evangelho pregado nos meios de comunicação distorcem muito o Evangelho de Jesus, mas destes, Deus cuidará com juízo. De outro lado, tem muita gente boa, comprometida com a Palavra e com a verdade fazendo diferença nessa nação. E se ainda não conseguimos tudo o que queríamos, sabemos que se lançarmos em Deus nossa confiança, certamente Ele não nos abandonará. Aos que falam mal dos evangélicos, dentre eles alguns “evangélicos” digo: procurem outro fator para criticar os evangélicos, pois no caso da nossa sociedade, está claro sua melhora e isso não é mais uma palavra de fé, é uma constatação científica. Se não quiserem dar crédito aos evangélicos, não precisa, afinal, não estamos atrás da glória que vem dos homens. Mas uma coisa é certa... nossa nação nunca foi tão abençoada como agora, e isso é só o começo, pois o melhor de Deus, ainda está por vir, continuemos orando e que venha o melhor de Deus. Amém!


[1] Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/06/29/populacao-evangelica-passa-de-154-para-222-em-10-anos-e-atinge-423-milhoes-em-2010.htm  acessado em 28/11/2012.
[2] Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/05/taxa-de-desigualdade-no-brasil-atinge-minima-historica-diz-fgv.html acessado em 28/11/2012.
[3] Fonte: Mapa da violência 2012: Os novos padrões da violência homicida no Brasil, por Julio Jacobo Waiselfisz – Instituto Sangari, p.23.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Redes Sociais: Qualidade das pessoas X A Coisa

Existe hoje uma grande invasão dos relacionamentos virtuais em virtude da revolução eletrônica que sofremos. Acredito que a maioria das invenções possuem aspectos positivos e negativos. Entretanto, não acredito que o problema resida na revolução eletrônica, ou em outra coisa, o problema está sempre em quem usa. A qualidade das coisas está estritamente ligada à qualidade daqueles que manuseiam essas coisas. Pensando nisso, e vendo as redes sociais, vi uma "coisa boa debaixo de sol": as pessoas estão reinventando seus relacionamento e encontrando um meio de estarem mais próximas uma das outras. Sabemos que as redes sociais estão longe do ideal de relacionamento, pois o relacionamento está muito "coisificado" e o aspecto pessoal, do olho no olho, do calor humano está se perdendo. Mas se o tempo e a distância não ajuda a estarmos com todos, acredito que as redes sociais estão deixando nossos relacionamentos, não próximos, mas menos distantes.
O grande problema é que os relacionamentos estão cada vez mais estranhos nas redes sociais. E isso, por causa da qualidade das pessoas e não da coisa. Mais uma vez: na qualidade das pessoas e não na coisa.
Parece que nas redes sociais as pessoas tem coragem para dizer o que não conseguem dizer pessoalmente. Será medo do outro? Será que não têm certeza do que dizem? Parece que as redes sociais se transformaram em depósito da frustração das pessoas: "já que ninguém quer me ouvir, vou conseguir alguém." - Daí vai lá e posta alguma coisa. Solitários!
Parece que as redes sociais viraram espaço de sensualidade, escolhem fotos ousadas e colocam em seus perfis. Quê intenção há? Se sentir valorizado(a) pelo corpo que tem e não pelo que é! Que baixa auto-estima!
Nas redes, palavras e postagens de cristãos parecem de mundanos, acho que nunca leram:"não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas somente a que promove edificação". Mas como a boca fala do que está cheio o coração, talvez não sejam cristãos!
Se eu pudesse aconselhar, diria: pelo menos selecione as pessoas que devem ver suas mensagens. Defina assim: se a sua mensagem for imatura, mande para pessoas infantis; se for sensual, mande para libertinos como você; se for mensagem de frustração, mande para os fofoqueiros, pois certamente descobrirão o motivo da sua frustração e comentarão com outros. Mas se sua mensagem é um compartilhar de idéias que edificam, consolam ou exortam (como as profecias), então compartilhe com todos e abençoe o máximo de pessoas que você puder.
Se você leu tudo, não se pergunte se estou mandando um recado indireto para você, saiba que estou mandando um artigo bem direto para você e para todos, pois tenho certeza que ajudará você para que as redes sociais sejam um espaço mais agradável de navegar. E não esqueça, o problema está na qualidade das pessoas e não na coisa. A coisa a gente muda... e nós... só Jesus! Paz!
  

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sobre a Obediência Aos Pastores (Sermão 97)


“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros ”. (Hebreus 13.17) De John Wesley em 18/03/1785.

1. Pouquíssimos, não apenas entre os cristãos nominais, mas entre verdadeiros homens religiosos, são aqueles que têm alguma clara concepção desta importante doutrina, que é agora entregue pelo Apóstolo. Muito raramente pensam sobre ela, e dificilmente sabem que existe tal orientação na Bíblia. E a maior parte daqueles que a conhecem, e imaginam que a seguem, não a entendem, mas se inclinam, quer para a direita, quer para a esquerda, de um extremo ao outro. É bem sabido que um grande número de católicos romanos, em geral, apóia esta admoestação. Muitos deles acreditam que uma fé é devida às doutrinas entregues por aqueles que governam sobre eles, e que a obediência inquestionável deve ser prestada a qualquer ordem porventura deles emanadas. E não muito menos têm insistido diversos homens eminentes da Igreja da Inglaterra. Embora seja verdade que a maioria dos protestantes está pronta para cair no extremo oposto, não concedendo nenhuma autoridade aos seus pastores, mas fazendo deles criaturas e servos de suas congregações. E muitos existem em nossa própria Igreja que concordam com eles nisto, supondo que os pastores sejam completamente dependentes do povo, que em seu julgamento, tem o direito de dirigir, assim como de escolher seus ministros.
2. Mas não é possível encontrar um meio termo entre esses dois extremos? Existe alguma necessidade de cairmos em um desses extremos? Se deixarmos as leis humanas de lado, fora da discussão, e simplesmente atentarmos para os oráculos de Deus, poderemos certamente descobrir um meio caminho nesta importante questão. Com este objetivo, vamos cuidadosamente examinar as palavras do Apóstolo acima citadas. Consideraremos:
I. Quem são as pessoas mencionadas no texto como aqueles que “governam sobre” nós?
II. Quem são aqueles a quem o Apóstolo dirige a admoestação de “obedecerem e submeterem-se” aos que “governam sobre” eles?
III. Qual é o significado desta advertência? Em que sentido devem “obedecer e submeter-se”. Então, me esforçarei para fazer uma aplicação adequada do todo.
I
1. Em primeiro lugar, vamos considerar quem são as pessoas mencionadas no texto: “Aqueles que governam sobre vós?” Eu não imagino que as palavras do Apóstolo estejam traduzidas de maneira apropriada, porque esta tradução torna a sentença pouco melhor do que uma tautologia. Se eles “governam sobre vós”, vós sois certamente governados por eles; de modo que de acordo com esta tradução, vós sois apenas ordenados a fazerem o que já estais fazendo, a obedecerdes aqueles aos quais já obedeceis. Mas existe um outro significado da palavra grega que parece muito mais adequado ao contexto da passagem, no sentido de guiar, assim como governar. E, assim, parece que deve ser traduzida desta forma. A admoestação, então, quando aplicada a nossos guias espirituais, é clara e pertinente.
2. Esta interpretação parece ser confirmada pelo verso sétimo, que deixa claro este significado, ao afirmar, “Lembrem-se daqueles governam sobre vós, que vos pregaram a Palavra de Deus”. O Apóstolo aqui mostra, através da última cláusula da sentença, a quem ele se refere na primeira. Aqueles que estavam “sobre eles” eram as mesmas pessoas “que vos pregaram a Palavra de Deus”, ou seja, os seus pastores, aqueles que guiaram e alimentaram esta parte do rebanho de Cristo.
3. Mas, quem deve designar tais guias? E o que supostamente devem fazer, com o objetivo de terem o direito à obediência que aqui está prescrita?
Volumes e mais volumes têm sido escritos sobre esta questão complicada: Por quem esses guias de almas devem ser designados? Eu não pretendo aqui entrar, de forma alguma, na discussão sobre o governo da igreja, nem discutir se é vantajoso ou prejudicial ao interesse da religião verdadeira que a igreja e o estado possam se misturar, como tem sido, desde o tempo de Constantino, em todas as partes do Império Romano, onde o Cristianismo tem sido recebido. Deixando de lado todos esses pontos (que podem ocupar suficientemente o tempo dos homens que não têm o que fazer), pela expressão “daqueles que vos guiam”, quero dizer aqueles que o fazem, se não, mediante vossa escolha, pelo menos, com vosso consentimento, aqueles que prontamente aceitais como vossos guias no caminho para o céu.
4. Mas o que devem eles supostamente fazer, com o objetivo de induzir-vos à obediência aqui prescrita?
Eles devem seguir à frente do rebanho (como é a maneira dos pastores orientais até os dias de hoje), e guiá-los em todos os caminhos da verdade e santidade; devem “nutri-los com as palavras da vida eterna”; alimentá-los com “o puro leite da palavra”, aplicando-a continuamente, “para doutrinar”, ensinando todas as doutrinas essenciais nela contidas; “para reprovar”, advertindo-os, se eles abandonam o caminho, se para a direita ou para a esquerda; “para corrigir”, mostrando-lhes como emendarem o que está errado, e os guiando de volta ao caminho da paz. Para “instruí-los na justiça”, ensinando-os na santidade interior e exterior, “até que todos cheguemos à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.    
5. Eles supostamente devem “velar por vossas almas, como quem deve prestar contas”. “Como quem deve prestar contas!”. Quão inexprimivelmente solenes e terríveis são estas palavras! Possa Deus escrevê-las no coração de cada um desses guias de almas!
“Eles velam” pelo rebanho de Cristo, acordados, enquanto outros dormem; as almas daqueles que Ele comprou com um preço, adquiridas com seu próprio sangue. Eles as têm, em seu coração, dia e noite, sem qualquer consideração por seu próprio sono ou alimento, antes dando preferência ao descanso e alimentação do rebanho. Mesmo enquanto dormem, seus corações estão acordados, cheios de preocupação por seus amados filhos. “Eles vigiam”, com profundo determinação, com seriedade ininterrupta, com incansável cuidado, paciência e diligência, como se estivessem prontos a prestar contas de cada alma em particular a Ele que está à porta – ao Juiz de vivos e mortos.
II
1. Em segundo lugar, vamos considerar quem são aqueles aos quais o Apóstolo adverte que devem obedecer àqueles que os governam. E, com o objetivo de determinar isto com certeza e clareza, nós não deveremos apelar para instituições humanas, mas, simplesmente (como ao responder a questão precedente), apelar para aquela decisão que encontramos nos oráculos de Deus. Na verdade, nós dificilmente temos oportunidade de seguir um passo além do próprio texto. Apenas pode ser apropriado, primeiro, remover do caminho algumas opiniões populares que têm sido tomadas por certas em quase todos os lugares, mas que não podem, de modo algum, serem provadas.
2. Usualmente se supõe, primeiro, que o Apóstolo está aqui admoestando os paroquianos a obedecerem e se submeterem ao ministro de sua paróquia. Mas pode alguém encontrar a menor sombra de prova disto na Escritura Sagrada? Onde está escrito que nós temos o dever sagrado de obedecer a algum ministro, porque nós vivemos naquela área que é considerada como sua paróquia. “Sim”, vós dizeis, “nós temos o dever sagrado de obedecer a todas as ordenanças do homem, por causa do Senhor”. Verdade, em todas as coisas indiferente; mas isto não é assim; está muito longe disto. Está longe de ser uma coisa indiferente para mim, que sou o guia de minha alma. Eu não me atrevo a tomar um lobo por meu pastor; alguém que não tem mais do que as vestes de uma ovelha; que é um praguejador comum, um bêbado declarado, um notório homem que não respeita o dia do Senhor. E tal (quanto maior é a vergonha, maior a pena!) são muitos párocos nos dias de hoje.
3. “Mas não deveis ser membros daquela congregação a qual vossos pais pertenceram?” Eu não entendo que eu seja; eu não conheço Escritura que me obrigue a isto. Eu devo toda a deferência à autoridade de meus pais, e de boa vontade os obedeço em todas as coisas lícitas. Mas não é lícito chamá-los de Rabis, ou seja, acreditar ou obedecer-lhes irrestritamente. Todos devem prestar contas de si mesmo a Deus. Portanto, todo homem deve julgar, por si mesmo, especialmente em um ponto de tão profunda importância como este – a escolha de um guia para sua alma.
4. Mas nós podemos trazer este assunto para um debate resumido, recorrendo às mesmas palavras do texto. Aqueles que têm voluntariamente se ligado a tais pastores, como descritos nessa passagem, que, de fato, “vigiam suas almas, como se delas tivessem que prestar contas”, “nutrindo-os com as palavras da vida eterna”, alimentando-os com “o puro leite da palavra”, e constantemente aplicando-a “para doutrinar, repreender, corrigir, e instruir na justiça”, a todos que encontraram e escolheram tais guias com este caráter, espírito e comportamento, são indubitavelmente admoestados pelo Apóstolo a “obedecerem e submeterem-se” a seus pastores.
III
1. Mas qual é o significado desta orientação? É o que resta a ser considerado. Em que sentido, e com qual amplitude, o Apóstolo os adverte a “obedecerem e se submeterem” aos seus guias espirituais?
Se nós atentarmos para o significado apropriado das duas palavras aqui usadas pelo Apóstolo, nós podemos observar que o primeiro delas peiqesqe, (de peiqw, persuadir) refere-se ao entendimento; a última, upeikete à vontade e ao comportamento exterior. Para começar com o primeiro. Que influência nossos guias espirituais devem ter sobre nosso entendimento! Nós não nos atrevemos a chamar nossos pais espirituais de Rabi, mais do que aos “pais de nossa carne”. Nós não nos atrevemos a conceder inquestionável fidelidade aos primeiros, mais do que aos segundos. Neste sentido, “um só é o nosso Mestre, o que está no céu”. Mas, qualquer que seja a submissão, mesmo de nosso entendimento, em resumo, nós podemos, mais do que isto, nós devemos lhes permitir isto.
2. Para explicar isto um pouco mais, São Tiago usa a palavra que está proximamente associada a estas: “A sabedoria que é do alto é, eupeiqhV, fácil de ser convencida, ou ser persuadida”. Agora, se devemos ter e mostrar esta sabedoria para com todos os homens, nós devemos ter isto, em um maior grau, e demonstrar isto em toda ocasião, para com aqueles que “vigiam nossas almas”. Com respeito a esses, acima de todos os outros homens, nós devemos ser “fáceis de sermos tratados”, facilmente convencidos de alguma verdade, e facilmente persuadidos a alguma coisa que não é pecaminosa.
3. Uma palavra de proximamente a mesma importância que esta, é freqüentemente usada por Paulo, ou seja, epieikhV Em nossa tradução é mais de uma vez vertida como gentileza. Mas, talvez, isto seja mais propriamente traduzida por (se a palavra pode ser permitida), aquiescência, pronto para aquiescer, a desistir de nossa própria vontade, em tudo que não é um ponto de obrigação. Este temperamento afável, todo cristão desfruta, e mostra em seu intercurso com todos os homens. Mas ele mostra isto de uma maneira muito peculiar, em relação àqueles que vigiam suas almas. Os cristãos não estão desejosos apenas de receber alguma instrução deles, de serem convencidos de alguma coisa que não sabia antes, se sujeitar aos seus conselhos, e estando feliz de receberem admoestação, ou reprovação; mas estão prontos a desistirem de sua própria vontade, quando quer que eles possam fazer isto com a consciência limpa. O que quer que eles desejem que façam, o farão, se não for proibido na palavra de Deus. O que quer que eles desejem que eles se refreiem,  assim o farão, se isto não estiver prescrito na palavra de Deus. Isto está inserido naquelas palavras do Apóstolo, “sede submissos para com eles”, sujeitai-vos a eles, desisti de vossa própria vontade. Isto é apropriado, correto, e seu dever sagrado, se eles, de fato, vigiam vossas almas, como se delas tivessem que dar contas. Se assim o fizerdes, “obedecendo e submetendo-vos” a eles, eles darão conta de vós “com alegria, e não com gemidos”, como devem do contrário fazer; porque, embora eles estejam limpos de vosso sangue, ainda assim, “Isto seria sem proveito para vós”; sim, um prelúdio da condenação eterna.
4. Quão aceitável para Deus foi um exemplo de obediência de certa forma similar a este! Tendes um relato amplo e pessoal dele, no capítulo trinta e cinco de Jeremias. “Palavra que do SENHOR veio a Jeremias, nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Vai à casa dos recabitas, fala com eles, leva-os à Casa do SENHOR, a uma das câmaras, e dá-lhes vinho a beber. Então, tomei a Jazanias, filho de Jeremias, filho de Habazinias, aos irmãos, e a todos os filhos dele, e a toda a casa dos recabitas; e os levei à Casa do SENHOR, à câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus, que está junto à câmara dos príncipes e sobre a de Maaséias, filho de Salum, guarda do vestíbulo; e pus diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho e copos e lhes disse: Bebei vinho. Mas eles disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos; não edificareis casa, não fareis sementeiras, não plantareis, nem possuireis vinha alguma; mas habitareis em tendas todos os vossos dias, para que vivais muitos dias sobre a terra em que viveis peregrinando”. Nós não conhecemos qualquer motivo específico que levou Jonadabe prescrever este encargo à sua posteridade. Mas como não era pecaminoso, eles deram este grande exemplo de gratidão ao seu grande benfeitor. E quão prazeroso foi isto ao Pai de seus espíritos nos é exposto nas palavras que se seguem: “À casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus preceitos, e tudo fizestes segundo vos ordenou, por isso, assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe, filho de Recabe, que esteja na minha presença”.
5. Agora é certo que cristãos devem gratidão e obediência tão completa àqueles que vigiam suas almas, quanto a casa dos Recabitas deveu sempre a Jonadabe, o filho de Recabe. E nós não podemos duvidar, que Deus tanto se agrada com nossa obediência a nossos pastores, quanto se agradou com a obediência dos Recabitas a Jonadabe. Se Deus estava, então, tão satisfeito com a gratidão e obediência deste povo a seus benfeitores temporais, nós não temos todas as razões para acreditar que é satisfatório, assim como prazeroso, com a gratidão e obediência dos cristãos àqueles que derivam bênçãos muito maiores para eles do que as que Jonadabe porventura transmitiu à sua posteridade?
6. Pode ser útil novamente considerar em que circunstâncias se dá o dever dos cristãos em obedecer e submeter-se àqueles que vigiam sobre suas almas? Agora as coisas que eles prescrevem devem ser tanto prescritas por Deus, ou proibidas por Deus, ou indiferentes. Nas coisas proibidas por Deus, ousamos a não lhes obedecer porque “importa antes obedecer a Deus do que os homens”. Nas coisas prescritas por Deus, nós não propriamente obedecemos a eles, mas a nosso Pai comum. No entanto, se nós devemos obedecer a eles, afinal, deve ser nas coisas indiferentes. Em resumo, é dever de todo cristão obedecer a seu pastor espiritual, tanto fazendo ou deixando de fazer qualquer coisa de natureza indiferente, alguma coisa que não é de forma alguma determinada pela palavra de Deus.
7. Mas quão pouco isto é entendido no mundo Protestante! Pelo menos, na Inglaterra e Irlanda! Quem há, entre aqueles que supostamente são bons cristãos, que imagine que há tal obrigação como esta? E, ainda assim, não existe um mandamento mais expresso quer no Antigo quer no Novo Testamento. Nenhuma palavra pode ser mais clara e simples; não existe mandamento mais direto e positivo. Portanto, certamente ninguém que recebeu às Escrituras, como a palavra de Deus, pode viver quebrando habitualmente esta advertência e pleitear inocência. Tal instância da obstinada, ou, pelo menos, negligente desobediência, deve afligir o Espírito Santo de Deus. Isto não pode, a não ser impedir a graça de Deus de ter seu efeito completo sobre o coração. Não é improvável que esta mesma desobediência possa ser uma das causas da morte de muitas almas, uma razão delas não receberem aquelas bênçãos que buscam com algum grau de sinceridade.
8. Resta apenas fazer uma breve aplicação ao que tem agora sido entregue.
Vós que ledes esta passagem, vós a aplicais a vós mesmos? Vós examinais-vos, por meio disto? Vós interrompeis vosso próprio crescimento na graça, não tanto pela desobediência obstinada a este comando, mas muito mais por vossa desatenção a ela, não a considerando com a importância que merece. Se for assim, defraudais a vós mesmos nas muitas bênçãos que deveríeis desfrutar. Ou, sois de uma mente melhor ou de um espírito mais excelente? É vossa resolução firme e vosso esforço constante “obedecer àqueles que têm o governo sobre vós no Senhor”, submeter-vos tão alegremente aos vossos pais espirituais, quanto é aos vossos pais naturais? Vós perguntais: “em que eu deveria submeter-me a eles?” A resposta já foi dada: Não nas coisas prescritas por Deus; não nas coisas proibidas por Ele; mas nas coisas indiferentes, em tudo que não está determinado, de uma maneira ou outra, nos oráculos de Deus. É verdade, que isto não pode ser feito, em algumas circunstâncias, sem um considerável grau de abnegação, quando vos aconselham a refrear alguma coisa que é agradável à carne e sangue. E não pode ser obedecido em outras circunstâncias, sem tomar sua cruz, sem sofrer alguma dor ou inconveniências que não é agradável à carne e sangue. Porque aquela declaração solene de nosso Senhor cabe bem aqui, assim como em milhares de outras ocasiões: “A não ser que alguém que quer vir após mim, a si mesmo se negue, e dia a dia tome a sua cruz, não poderá ser meu discípulo”. Mas isto não irá amedrontar-vos, se resolverdes a não ser apenas quase, mas completamente, cristão, se determinardes lutar bom combate da fé, e agarrar-vos à vida eterna.
9. Eu agora me refiro de uma maneira ainda mais particular a vósque desejais que eu vigie sobre vossas almas. Vós desejais, por questão de consciência, obedecer-me, por causa de meu Mestre? Submeter-vos a mim nas coisas indiferentes? Coisas não determinadas na palavra de Deus, em todas as coisas que não estão prescritas, nem ainda proibidas nas Escrituras? Fáceis de serdes convencidos de alguma verdade, mesmo que contrária a vossas concepções anteriores? E fáceis de serdes persuadidos a fazer ou abster-vos de alguma coisa indiferente ao meu desejo? Vós não podeis deixar de ver que tudo isto está claramente contido nas próprias palavras do texto. E vós não podeis deixar de reconhecer que é altamente razoável se emprego todo meu tempo, todo meu corpo, e todas as minhas forças, de corpo e alma, não em buscar minha própria honra, ou prazer; mas em promover vossa atual e eterna salvação; se eu, de fato, “vigio sobre vossas almas como alguém que deve prestar contas delas'.
10. Vós, então, aceitais o meu conselho (eu pergunto na presença de Deus e de todo o mundo) com respeito ao vestuário? Eu divulguei este conselho há mais de trinta anos atrás e o tenho repetido milhares de vezes, desde então. Eu tenho aconselhado ao povo chamado de metodistas para não estar tão em conformidade com o mundo nisto, para colocar de lado todos os ornamentos desnecessários, para evitar todas as despesas inúteis; para apresentar-se como padrão de modéstia a todos que estão em sua volta. Vós acatareis este conselho? Vós todos, homens e mulheres, jovens e idosos, ricos e pobres, colocareis de lado todos os ornamentos desnecessários que eu pessoalmente contesto? Vós sois exemplarmente simples em vossos vestuários e tão simples quanto os Quacres (assim chamados) ou os Morávios? Se não, se estais ainda vos vestindo como a maioria das pessoas de vosso próprio nível e fortuna, declarais, por meio disto, a todo o mundo, que vós não obedecereis àqueles que estão sobre vós no Senhor. Vós declarais, em provocação declarada a Deus e ao homem, que vós não vos submeteis a eles. Muitos de vós carregais vossos pecados sobre vossas testas, abertamente e na face do sol. Vós endureceis vossos corações, contra a instrução, e contra a convicção. Vós endureceis uns aos outros; especialmente aqueles de vós que fostes, uma vez, convencidos, e têm agora reprimido suas convicções. Vós encorajais uns aos outros a fechar vossos ouvidos contra a verdade, e fechar vossos olhos contra a luz, a fim de que, por acaso, não possais perceber que estais lutando contra Deus e contra vossas próprias almas. Se eu fosse agora chamado para dar um relato de vós, seria “com gemidos, e não com alegria”. E é certo que isto não seria “proveitoso a vós”: A perda cairia sobre as vossas próprias cabeças.
11. Eu falo tudo isto na suposição (embora seja uma suposição que não deva ser feita), de que a Bíblia silencia sobre este assunto; de que as Escrituras não dizem coisa alguma, concernente ao vestuário, e deixaram isto à própria descrição de cada um. Mas, se todos os outros textos foram silenciosos, este é suficiente: “Sede submissos àqueles que estão sobre vós no Senhor”. Eu deixo isto à vossas consciências, às vistas de Deus. Fosse isto apenas em obediência a esta admoestação, não poderíeis estar limpos diante de Deus, a menos que colocásseis de lado todos os ornamentos desnecessários, em expressa rebeldia àquela déspota dos insensatos, a moda. A menos que buscásseis apenas adornar-vos com as boas obras, como homens e mulheres professando santidade.
12. Talvez, direis: “Isto é apenas uma pequena coisa: é uma simples ninharia”. Eu respondo: Se for, sois os mais indesculpáveis diante de Deus e homem. O que! Ireis desobedecer a um mandamento claro de Deus, porque é uma simples ninharia? Deus não permita tal coisa! É uma ninharia pecar contra Deus, desprezar sua autoridade? É isto uma pequena coisa? Mais ainda, lembrai-vos de que não pode existir pecado pequeno, até achardes um Deus pequeno! Neste meio tempo, estejais seguro de uma coisa: quanto mais conscientemente obedecerdes a vossos guias espirituais, mais poderosamente Deus aplicará a palavra que eles falam em seu nome em vosso coração! Quanto mais plenamente, Ele regará o que é falado, com o orvalho de suas bênçãos, e quanto mais provas tiverdes, não será apenas eles que falarão, mas o Espírito de vosso Pai que fala por eles. 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Como Lidar Com Pessoas Chatas e Críticas?

1.Quais os tipos de críticos?
Psicóloga: Existem dois tipos de críticos. Aqueles que criticam por criticar e os críticos analíticos. Os primeiros são aqueles "chatos", que sentem certo prazer em fazer o papel do contrário, de ser aversivo. São aqueles que não veem no objeto criticado nenhum aspecto positivo. E existem aqueles que fazem uma análise mais profunda, mais qualitativa do objeto analisado. Sabem apontar tanto os aspectos negativos, quanto os positivos da questão. A boa crítica sempre agrega valor. Ambos trazem no perfil psicológico a busca do perfeccionismo nas condutas, primeiro consigo e depois com o mundo.


2.Porque as pessoas sentem necessidade de criticar os outros? Quem “ataca”, ataca para se defender?
Psicóloga: Existe o ditado que diz que o ataque é a melhor defesa. A crítica pode ser um ataque, quando ela é, na maioria das vezes, depreciativa. A necessidade de criticar os outros sinaliza, na verdade, e no caso acima, uma reação ao conjunto de valores que pode estar em cheque. Por outro lado, nós aprendemos desde cedo o que é “certo” e o que é “errado” e não raramente o usamos como critérios de julgamento, que pode ser expresso através de uma crítica. Por exemplo: Quem fuma está se prejudicando, eu não quero fumar porque fará mal a minha saúde.

3. O que esse comportamento esconde por parte de quem critica? (insegurança, arrogância...)
Psicóloga: Quem critica por criticar, por costume, pode estar escondendo através da arrogância e da prepotência a sua própria insegurança, suas falibilidades. Quando somos mais flexíveis com a imperfeição do outro, automaticamente somos menos críticos, porque temos um olhar mais "ameno" e "sábio", portanto, mais tolerante para o mundo e suas “falhas”.


4.Existe critica construtiva? Existe algum tipo de crítica que possa provocar mudanças no outro?
Psicóloga: Claro que existe. E muitas vezes nós pedimos por isso. Por exemplo, quando você está escrevendo um trabalho científico e está em dúvida quanto ao seu conteúdo, é natural que peça a alguém mais capacitado que leia e lhe faça uma devolutiva. O que é isso senão um pedido voluntário de crítica. Crítica para destruir? Não, crítica para apontar os pontos altos e baixos, no intuito de melhorar seu desempenho. E mais, pelo viés da filosofia analítica a pressuposição do diálogo comtempla, necessariamente, a crítica. É o saber ouvir, para saber falar.

5.O que a critica construtiva esconde, ou seja, qual a intenção de fundo de quem a faz? Porque quem critica quer mudar os outros?
Psicóloga: Se partirmos do pressuposto que nem toda crítica é negativa, com intenção de aniquilamento do objeto, a crítica construtiva é a busca da razão. Lembrando que, muitas vezes essa “razão” pode se traduzir em um ideal a ser perseguido, sempre, porém jamais alcançado.


6.O crítico é um polêmico? Crítica , intolerância e polência estão relacionadas?
Psicóloga: Depende de que espécie de crítico estamos falando. O analítico, como dissemos,está em busca da razão sobre o objeto criticado. Aquele que critica por criticar gosta de apontar somente os erros, a falibilidade alheia, nem sempre usa a razão como instrumento, gerando polêmicas por causa disso. São críticas superficiais, pouco embasadas e cheias de vieses.

7.E na  auto-crítica? O mecanismo é o mesmo?
Psicóloga: Aquele que muito critica é feroz juiz de si mesmo. Porém, se ele é um crítico “rabugento” e intransigente ou um analítico profundo de seus atos, depende da sua personalidade e do seu grau de desenvolvimento pessoal. Sem querer dar nenhum aspecto religioso, mas ser tolerante, saber perdoar e ter um olhar mais “suave” para a vida, denota um maior grau de maturidade e desenvolvimento para quem o possui.

8.Porque geralmente quem recebe a crítica sente-se tão abalado? Tem a ver com auto-estima?
Psicóloga: Sente-se abalado, quando não possui boa auto-estisma. A auto-estima é o juízo que cada pessoa tem do seu próprio valor e mostra o quanto a pessoa sabe valorizar os seus atributos e as suas qualidades. Pessoas com boa auto-estima controlam o seu comportamento, esperam sucesso, têm tolerância a crítica e às frustrações. Reconhecem seus pontos fortes e fracos, adoram aprender coisas novas e têm prazer em viver.


9.Algum conselho para lidar com as críticas? ou Como se defender das críticas (ou como não ser atingido por elas)?
Psicóloga: Se a crítica vier camuflada de ofensas pessoais, identifique o núcleo da questão, do objeto criticado, responda e despreze o resto. Geralmente uma resposta mais agressiva é o que a outra parte espera. Mantenha o diálogo. Uma dica importante para quem recebe uma crítica pessoal: quem o critica, na verdade está evidenciando aquilo que ele quer mais esconder, suas próprias imperfeições. É uma relação projetiva onde o outro faz de você, o próprio espelho. E mais, ninguém consegue controlar a neurose do outro. Identifique-o e o ignore solenemente. Agora, quando as críticas são positivas, digamos assim, só nos resta o agradecimento e o regozijo.


Entrevista cedida à jornalista Angela Tessine - Revista Vida Natural (Fonte: blog.opsicologo.com.br)